Multimorbidade e uso de serviços de saúde em indivíduos com restrição de atividades habituais: Estudo Pró-Saúde

AUTOR(ES)
FONTE

Cad. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/10/2019

RESUMO

Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar o uso de serviços de saúde e sua associação com diferentes medidas de multimorbidade. Trata-se de um estudo transversal aninhado a uma investigação longitudinal de funcionários técnico-administrativos no Município do Rio de Janeiro, Brasil: Estudo Pró-Saúde. Foram analisados dados coletados na fase 2 (2001-2002), sendo a população de estudo composta por 733 indivíduos que relataram restrição de atividades habituais por problemas de saúde nos 15 dias anteriores à coleta de dados. Busca por serviço de saúde (variável de desfecho) foi utilizada como proxy para uso de serviços de saúde. Multimorbidade foi avaliada por meio de contagem simples e de uma escala cumulativa (Cumulative Illness Rating Scale), gerando quatro variáveis de exposição: número de morbidades autorrelatadas, multimorbidade (2 ou mais morbidades), escore total e número de sistemas afetados. Nas análises estratificadas por sexo, foram utilizados modelos de regressão de Poisson com variância robusta ajustados por idade e escolaridade. Mulheres apresentaram em média valores mais altos para todas as medidas, e 51% foram classificadas com multimorbidade. Ter multimorbidade aumentou em 43% (IC95%: 1,11-1,84) a probabilidade de utilizar os serviços de saúde em homens, enquanto para as mulheres não houve associação estatisticamente significativa. Para os homens, a cada morbidade adicional, a probabilidade de utilizar serviço de saúde aumentou em 14% (IC95%: 1,05-1,24). Diferenças no uso de serviços de saúde e multimorbidade segundo sexo são evidentes. Conhecer tais padrões torna-se relevante para a prestação de um cuidado eficiente, coordenado e seguro para pessoas com multimorbidade.Abstract: The study aimed to assess the use of health services and the association with different measures of multimorbidity. This was a cross-sectional study nested in the Pró-Saúde Study, a longitudinal study of municipal technical and administrative employees in Rio de Janeiro, Brazil. Data were analyzed from phase 2 (2001-2002), and the study population consisted of 733 individuals who reported restrictions on habitual activities due to health problems in the 15 days prior to the data collection. The search for a health service (outcome variable) was used as the proxy for use of health services. Multimorbidity was assessed by simple count and the Cumulative Illness Rating Scale, generating four exposure variables: number of self-reported diseases, multimorbidity (2 or more diseases), and total score and number of systems affected. The analyses stratified by sex used Poisson regression models with robust variance, adjusted by age and schooling. Women showed higher mean values than men for all the measures, with 51% classified as having multimorbidity. In men, multimorbidity increased by 43% (95%CI: 1.11-1.84) the probability of using health services, while there was no statistically significant association in women. For men, each additional disease increased the probability of use of a health service by 14% (95%CI: 1.05-1.24). There were evident differences in the use of health services and multimorbidity according to sex. Explaining these patterns becomes relevant for the provision of efficient, coordinated, and safe care for persons with multimorbidity.

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