Multi-scale patterns of space use by rodents and marsupials in the atlantic forest / Padrões de uso do espaço em multiplas escalas por roedores e marsupiais de Mata Atlantica

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Diversos fatores influenciam os padrões de uso de espaço de pequenos mamíferos, tais como estrutura de hábitat, riscos de predação e período reprodutivo. O objetivo desse estudo foi investigar a influência de tais fatores sobre o uso de espaço de roedores e marsupiais em diferentes escalas. No primeiro capítulo, analisamos a estrutura das comunidades de pequenos mamíferos não-voadores que ocorrem em fragmentos florestais e em áreas em restauração, e investigamos quais componentes do hábitat influenciam a composição de espécies dessas comunidades. De forma geral, os resultados mostraram que a composição de espécies é um reflexo das preferências que as espécies apresentam por determinados componentes do hábitat, de forma que características estruturais da vegetação e sensibilidade das espécies às alterações determinam a estrutura das comunidades de pequenos mamíferos nos hábitats amostrados. No segundo capítulo, testamos a hipótese de que a importância de diferentes fatores na seleção de hábitats por Marmosops incanus e Marmosops paulensis depende da escala de observação, e a hipótese de que o uso de hábitat funciona como um mecanismo para garantir a coexistência dessas duas espécies, de forma que essas espécies devem selecionar diferentes componentes do hábitat e/ou apresentar segregação no uso vertical do espaço. Os resultados demonstraram que ambas as espécies selecionam os fragmentos florestais pela presença de maior complexidade estrutural e sub-bosque denso, variável que também influenciou a distribuição dessas espécies na escala do meso-hábitat. Na escala mais fina, do micro-hábitat, foram detectados padrões contrastantes de seleção para cada espécie. Enquanto M. incanus preferiu locais com maior estruturação vertical entre 0.5 e 1.0 m, M. paulensis não apresentou padrões claros de seleção de hábitat. Esse resultado aponta a influência da escala de observação nos padrões de seleção de hábitat. Apesar das espécies não apresentarem segregação na seleção de componentes do hábitat, houve segregação no uso vertical do espaço e a abundância das espécies foi negativamente correlacionada, apoiando em parte a segunda hipótese. No terceiro capítulo, corroboramos a hipótese de que a cobertura de gramíneas determina o uso de hábitat e os padrões de forrageamento por espécies de roedores. Sugerimos que a seleção por áreas com maior cobertura vegetal está relacionada com a diminuição dos riscos de predação durante o forrageamento. Por fim, no quarto capítulo analisamos a organização espacial de machos e fêmeas de M. paulensis durante o ano. Os resultados indicaram que as fêmeas apresentam uma estratégia territorial que parece estar associada à distribuição e previsibilidade dos recursos alimentares, e não ao período reprodutivo e a presença de filhotes.

ASSUNTO(S)

atlantic forest (brazil) scales escalas rodents roedor habitat (ecology) marsupials habitat (ecologia) marsupial

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