Mulheres na política: emoções e desafios em dinâmicas institucionais complexas
AUTOR(ES)
FERNANDES, CAMILLA; LOURENÇO, MARIANE LEMOS; FROHLICH, SAMANTHA; SILVA, DIOGO ESPEJO DA; KAI, FLÁVIA OBARA
FONTE
Cad. EBAPE.BR
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-10
RESUMO
Resumo Estudos seminais sobre a teoria institucional destacaram que pesquisas sobre instituições têm se concentrado em questões cognitivas, entretanto, durante os últimos anos um corpo crescente de literatura também tem se dedicado a entender o papel das emoções na dinâmica institucional. Em um dos textos clássicos sobre a Teoria Institucional, Scott enfatiza três pilares institucionais, o regulatório, o normativo e o cognitivo. Pesquisadores apontam que agora ter-se-ia uma quarta ênfase: o papel das emoções na Teoria Institucional. Considerando o exposto, o presente artigo explora o papel das emoções nas dinâmicas institucionais, especialmente quanto à participação política das mulheres nas eleições brasileiras de 2018. Discute-se três casos específicos de mulheres candidatas com as maiores intenções de voto nas referidas eleições, levando em conta entrevistas, mídias sociais informações divulgadas publicamente buscando publicações e expressões de emoções não só delas, mas também da sociedade que poderiam refletir a dinâmica institucional presente no arranjo político brasileiro. Os principais resultados demonstraram que durante a campanha eleitoral brasileira de 2018, diante da institucionalização de um ambiente masculino no cenário político, a sociedade expressou emoções de ódio e agressão contra as candidatas analisadas neste estudo, uma vez que elas violaram arranjos institucionais de comportamentos considerados aceitáveis na lógica institucional dominante. Apesar disso, duas das três candidatas a cargos políticos foram eleitas como as candidatas mais votadas em seus estados, alcançando mais votos do que concorrentes masculinos, porém a última não foi eleita apesar de ter obtido expressivo número de votos.
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