Mulheres, homens e matemática: uma leitura a partir dos dados do Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional

AUTOR(ES)
FONTE

Educação e Pesquisa

DATA DE PUBLICAÇÃO

2008-12

RESUMO

Este artigo tem como propósito discutir as diferenças apresentadas por mulheres e homens em práticas matemáticas cotidianas, demandadas pelos apelos ou pelas oportunidades de uma sociedade pautada na dinâmica e nos critérios da cultura escrita. Tomaremos para análise os resultados divulgados na quarta edição da pesquisa Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF), realizada em 2004, que avaliou as condições e a eficiência da população jovem e adulta brasileira na mobilização de habilidades matemáticas na execução de tarefas do cotidiano, e na qual os resultados apresentados pela população masculina foram considerados sensivelmente superiores aos resultados apresentados pela população feminina. Apoiando-nos numa reflexão referenciada numa perspectiva foucaultiana, buscamos compreender esses resultados como articulados a um campo discursivo, marcado pela racionalidade matemática de matriz cartesiana. Analisando, nessa perspectiva, os mecanismos que contribuem para um pior desempenho das mulheres em relação aos homens em avaliações dessa natureza - voltadas para as possibilidades de dar respostas consideradas adequadas na execução de tarefas cotidianas consideradas relevantes -, nossa preocupação se volta para a identificação de mais uma instância de produção de desigualdades entre as mulheres e os homens, representada pela maior valorização (na vida social e nas avaliações) de certos modos de conceber e reagir diante das demandas do cotidiano. Como educadoras, interessanos desvendar a produção das desigualdades, de maneira a desconstruir discursos que a favorecem e instaurar outras perspectivas de análise e de ação pedagógica.

ASSUNTO(S)

gênero alfabetismo matemático desigualdade

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