Mudanças urbanas e fragilidades da política de memória (A destruição do Monumento ao Trabalhador em Goiânia)

AUTOR(ES)
FONTE

Soc. estado.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2017-08

RESUMO

Resumo O artigo trata da supressão da memória em formações urbanas contemporâneas, através de pesquisa sobre a destruição do Monumento ao Trabalhador, ocorrida em Goiânia entre 1969 e 1986. O explícito teor socialista impregnado ao monumento desde a sua origem atraiu ações visando ao seu desaparecimento material e à sua eliminação na memória dos goianienses. Em 1969, ativistas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) derramam piche fervido nos dois painéis que compunham a obra, cujas imagens evocavam as “Lutas dos trabalhadores” e o “Mundo do Trabalho”. Ausência de defesa do monumento e intervenções urbanísticas no espaço da praça em que ele se localizava concluíram a tarefa do CCC. Orientamos a pesquisa desse percurso com as noções de esquecimento institucional ou obrigatório (Paul Ricœur) e de legitimação política segundo o poder de fixação de versões que se opera no plano simbólico (Pierre Bourdieu). A análise vale-se da operacionalização de três categorias: repressão política, insensibilidade tecnocrática e omissão quanto à memória e à simbologia das lutas dos trabalhadores.

ASSUNTO(S)

supressão ideológica imagens urbanas política de memória goiânia

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