Mudanças na vida sexual após o sorodiagnóstico para o HIV: uma comparação entre homens e mulheres / Changings in sexual life after HIV serodiagnosis: a comparison between men and women

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Após a disponibilização dos antirretrovirais (ARV), a sexualidade dos portadores de HIV/Aids passou a ser mais freqüentemente estudada, especialmente com enfoque na prevenção e no risco. Objetivos: Descrever a vida sexual de portadores de HIV/Aids e identificar as associações da piora na vida sexual após o diagnóstico de HIV com variáveis relativas às características socioeconômicas, à vida sexual, ao uso do ARV e dos serviços de saúde. Métodos: Os dados utilizados procedem de dois estudos transversais com 250 homens e 729 mulheres portadores de HIV/Aids (amostras consecutivas), realizados em dois centros de referência para o HIV/Aids da cidade de São Paulo, entre setembro de 1999 e fevereiro de 2002.A resposta para a questão sobre a mudança na vida sexual, após o diagnóstico de HIV/Aids de cada questionário, foi avaliada e categorizada como piora ou não. A comparação foi realizada entre os grupos de homens e mulheres em relação à piora na vida sexual após o diagnóstico de HIV. Fatores associados foram estimados por regressão múltipla de Poisson. Os testes foram conduzidos em nível de significância de 5 por cento. Resultados: Os homens relataram mais mudança negativa que as mulheres 59 por cento e 41 por cento, respectivamente (p<0,001). Para mulheres, os fatores associados às mudanças negativas na vida sexual, após o diagnóstico, foram: passar por dor ou desconforto físico no atendimento recebido no serviço de saúde, não ser atendida por enfermeiro, dificuldade de falar com ginecologista sobre a vida sexual, desejo de ter filhos/estar grávida, ausência de desejo de ter filhos e abstinência sexual. Fatores negativamente associados foram: renda entre 2 e 4 salários mínimos, via sexual de infecção para o HIV. Para homens, os fatores associados a mudanças negativas na vida sexual após o diagnóstico foram: desemprego e facilidade moderada de falar com psicólogo sobre a vida sexual. Fatores negativamente associados foram: número de parcerias sexuais durante a vida (pelo menos 6) e uso prévio de maconha. Conclusões: Os resultados parecem apontar para uma vulnerabilidade programática elevada das mulheres portadoras em relação ao desfecho, bem como vulnerabilidades individuais e sociais que acompanham roteiros de gênero específicos

ASSUNTO(S)

cross-sectional study estudo transversal gender gênero mudanças negativas people living with hiv/aids pessoas vivendo com hiv/aids sexualidade sexuality vulnerabilidade vulnerability

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