Mudanças funcionais e cognitivas em idosos no município de Belo Horizonte: estudo longitudinal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2012

RESUMO

O processo de envelhecimento associado à ampliação da expectativa de vida da população pode acarretar um aumento da prevalência e incidência de doenças e de prejuízos à funcionalidade. A dependência física e déficits na cognição podem impedir o desempenho de atividades, gerando uma sobrecarga de cuidados para a família e o sistema de saúde. Os estudos que associam cognição e funcionalidade de idosos, no Brasil, são raros e apresentam predominantemente um desenho transversal. Há uma necessidade de estudos longitudinais onde se possam discutir processos de mudanças na cognição e capacidade funcional. O presente estudo objetiva comparar as mudanças funcionais e cognitivas em idosos do município de Belo Horizonte MG, ocorridas num período de 06 meses. Trata-se de um estudo observacional longitudinal, com uma amostra de 167 idosos, selecionados a partir do banco de dados da Rede de Estudos da Fragilidade em Idosos Brasileiros (Rede FIBRA) do pólo da UFMG. A capacidade funcional foi avaliada por meio do Índice de Katz, Escala de Lawton e por uma escala de Atividades Avaçadas de Vida diária (AAVD) desenvolvida pela Rede FIBRA. A cognição foi avaliada pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Observou-se uma diminuição da capacidade funcional nas Atividades Instrumentais de Vida Diária (AIVD), p=0,002, e nas Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD), p=0,038, em algumas atividades específicas: Continência, Preparo de Alimentos e Tarefas Domésticas. As variáveis Morar sozinho (OR=2,53; IC=1,09:5,87) e Condição de trabalho (OR=2,52; IC=1,18:5,41) se associaram à mudança nas AIVD. Não houve diferença significativa ao se comparar os dois tempos para a escala de AAVD (p=0,163) e MEEM (p=0,059). Observou-se que os indivíduos com melhor cognição eram mais independentes nas AAVD e nas AIVD. Esses resultados apontam a necessidade de intervenções que visem à manutenção da funcionalidade. Os familiares que vivem com os idosos devem ser orientados a estimularem a independência e autonomia nas atividades de vida diária, valorizando as capacidades e potencialidades do idoso. É importante haver investimentos em programas que incentivem a participação social e a ampliação das redes de contato e inserção/manutenção do idoso no mercado de trabalho, exercendo atividades voluntárias ou não.

ASSUNTO(S)

fisioterapia para idosos teses. idosos teses. cognição na velhice teses. atividades cotidianas decs

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