MudanÃas na matÃria orgÃnica (c, n e p) de solos sob agricultura de subsistÃncia.
AUTOR(ES)
VÃnia da Silva Frada
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
A produtividade em sistemas agrÃcolas de subsistÃncia ou de baixos insumos depende do fornecimento de nutrientes provenientes da mineralizaÃÃo da matÃria orgÃnica do solo (MOS). Os poucos resultados disponÃveis na literatura tÃm mostrado declÃnios na fertilidade de solos sob este sistema de exploraÃÃo, particularmente nos teores de MOS. Objetivando compreender a natureza e alcance dessa degradaÃÃo foram selecionados dez locais com Ãreas contÃguas cultivadas e sob vegetaÃÃo nativa, na mesma posiÃÃo de encosta, nos estados da ParaÃba e Pernambuco. Com base no histÃrico do uso do solo, observaÃÃes âÃn situâ, e concentraÃÃo do 137Cs, este Ãltimo utilizado como parÃmetro de erosÃo dos solos, as Ãreas foram divididas em quatro grupos com distintos nÃveis de intensidade de uso do solo: Caatinga Preservada (CaatP), Caatinga Raleada (CaatR), Cultivado Preservado (CultP) e Cultivado Degradado (CultD). Na primeira parte do trabalho quantificaram-se os reservatÃrios orgÃnicos de C, N e P totais, alÃm das determinaÃÃes de 137Cs, sob a hipÃtese de que as variaÃÃes associadas a mudanÃas no uso do solo seriam maiores do que a variabilidade dentro dos grupos, possibilitando assim inferÃncias em escala regional. As concentraÃÃes de Ct e Nt em CultD foram 50 % menores (P <0,05) do que as encontradas nos solos sob CaatP. Desta perda de C, 43 % foi atribuÃda ao processo da erosÃo e 57 % ao processo de mineralizaÃÃo. A relaÃÃo Po/Pi foi 1,47 sob a CaatP e decresceu para 0,82 sob CultP e CultD (P <0,05). O efeito das mudanÃas no uso do solo foi mais evidente na profundidade de 0-7,5 cm do que na camada 0- 15 cm. Inter-relaÃÃes entre C e P nas Ãreas sob caatinga sugeriram que a disponibilidade de P e de Ãgua controlam a acumulaÃÃo de C nesses solos. Na segunda parte do trabalho foram realizados dois experimentos. O primeiro deles constou de uma fase preliminar, exploratÃria, na qual foram comparados quatro mÃtodos, visando detectar mudanÃas na qualidade da MOS. Utilizaram-se 80 amostras que maximizavam a variabilidade em Ct, nas quais foram determinadas as seguintes fraÃÃes: C contido na fraÃÃo leve da MOS com densidade <1 kg dm- 3 (C-fl), C-CO2 produzido em trÃs dias de incubaÃÃo (C-min3d); C oxidado com KMnO4 333 mM (C-ox333) e com 16,5 mM (C-ox16). A Ãnica fraÃÃo que nÃo se correlacionou com o C total foi C-fl. As proporÃÃes mÃdias de Ct determinadas como C-min3d, C-ox333 e C-ox16 foram 1,5 %, 24 % e 7,2 %, respectivamente. Na segunda fase, selecionou-se o C-ox16 para anÃlise do total das amostras (n=160). O C-ox16 diminuiu de 1,65 em CaatP para 0,70 g kg-1 em CultD (P <0,05). Entretanto, nessa mesma comparaÃÃo o declÃnio em labilidade foi pequeno. Essa labilidade foi definida pela proporÃÃo do C-ox16 em relaÃÃo ao C nÃo oxidado pelo KMnO4 16,5 mM e declinou de 10,3 % para 8,5 % com o aumento na intensidade de uso; embora esse declÃnio representou uma mudanÃa na qualidade da MOS, nÃo foi estatisticamente significativo. Ãndices de manejo de carbono (IMC), calculados a partir das mudanÃas nos teores de Ct e na sua labilidade, em relaÃÃo ao grupo de CaatP (IMC=100), declinaram para 67 % em CaatR e para 47 % em CultD. Essas diminuiÃÃes foram mais influenciadas pelas mudanÃas nos teores de Ct que na sua labilidade. O segundo experimento, em casa de vegetaÃÃo, visou caracterizar o efeito das perdas de MOS em relaÃÃo à capacidade de suprimento de nutrientes (N e P), utilizando-se 20 amostras com teores de Ct que variaram entre 6,19 e 21,8 g kg-1. O carbono total correlacionou-se significativamente com o N mineralizado em 60 dias (Nmin60d) (r=0,79***); por sua vez, as variÃveis N-min60d e P-Mehlich-1 explicaram 80 % da variaÃÃo na matÃria seca produzida pelo capim buffel (Cenchrus ciliaris). A baixa disponibilidade de P associada Ãs perdas de C e N constatadas nesses solos, um regime hÃdrico desfavorÃvel alÃm de prÃticas agrÃcolas inadequadas, na maioria dos casos, impÃe severas restriÃÃes à recuperaÃÃo das Ãreas degradadas atravÃs do pousio tradicional
ASSUNTO(S)
subsistÃcia matÃria organica agricultura engenharia nuclear
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