MOVIMENTOS SOCIAIS DE EDUCADORES E SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: LUTAS, CONQUISTAS E DESCONSTRUÇÕES (DÉCADAS 1990-2000)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/06/2010

RESUMO

Pesquisa qualitativa com análise de entrevista semi-estruturadas. As categorias estado, poder, democracia, cidadania e intelectual orgânico são analisadas na relação entre o atual estágio da educação brasileira e as ações dos movimentos sociais de educadores no embate com o poder instituído, na luta em favor da qualidade socialmente referenciada da educação pública, em todos os níveis. Discute-se a transformação do indivíduo em sujeito que, vinculado aos movimentos sociais, contesta o modelo da sociedade e se empenha na sua contrarregulação, Reflete-se sobre a história e a conceituação dos movimentos sociais para aproximarse de suas transformações em decorrência das dinâmicas econômicas, tecnológicas e ideológicas ocorridas no mundo e no Brasil. Discute-se a inscrição do movimento social de professores nos novos movimentos sociais, em uma análise que comporta o processo de globalização e da adesão do governo brasileiro ao neoliberalismo, em um movimento que culminou com a captura da educação pelo capital. Analisa-se a mudança da natureza dos movimentos sociais no embate com o poder instituído, e as suas repercussões na educação nacional. Nos anos de chumbo da ditadura militar brasileira desenvolveram ações de resistência ativa ao regime, ao passo que com a sua retirada e respectiva redemocratização do País, os movimentos passaram a ser propositivos. No governo atual de feição democrático popular, em que um exlíder do movimento sindical, um dos nossos, assumiu a presidência da república, tem sido possível detectar posturas conservadoras dos movimentos sociais de educadores. Essa compreensão foi possível com a adoção do materialismo histórico e dialético para analisar as contradições produzidas pela sociedade capitalista na atualidade. O referencial teórico acerca dos novos movimentos sociais foi fundamental para desvelar os fluxos e refluxos dos movimentos sociais no seu embate com o poder instituído, concomitantemente com as transformações da sociedade civil e política capitaneadas pelas políticas neoliberais. A pluralidade das associações de estudos e pesquisa em educação, cada uma com a sua especificidade, que ora fragmenta a possibilidade de uma agenda comum, ora organiza essa agenda, muitas vezes inviabiliza a articulação em uma central, enfraquecendo o embate com o governo. Esta investigação consiste em mais estudo que desvela o descaso com que o governo trata a educação, bem comum tão importante para o povo brasileiro. Resulta desse trabalho as considerações de que a história não é condescendente com os retardatários, com os conformados, com os indivíduos acríticos, com os movimentos sociais de proposições passivas e com os movimentos sociais conservadores. Os desfiliados sociais precisam tornar-se cidadãos, precisam emancipar-se das amarras impostas pelas classes dominantes. As perplexidades suscitadas poderão, talvez, despertar a consciência de classe dos professores, para desenvolveram ações coletivas no conflito estabelecido com o poder instituído, baseadas na solidariedade, com vistas ao avanço na educação pública, de qualidade socialmente referenciada para todos e em todos os níveis.

ASSUNTO(S)

estado e poder emancipation movimento social de professores educação pública neoliberalismo emancipação educacao state and power social movement of professors public education neoliberals

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