Morte Encefálica: Conhecimento e Opinião dos Médicos da Unidade de Terapia Intensiva

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/05/2019

RESUMO

RESUMO Objetivos Verificar o conhecimento dos médicos de UTI sobre o diagnóstico de morte encefálica (ME) e averiguar a opinião dos médicos de UTI sobre doação de órgãos. Métodos Estudo quantitativo, exploratório, descritivo e transversal. Foram entrevistados 38 médicos que trabalham em UTI adulto em um hospital estadual da cidade do Rio de Janeiro. O instrumento de coleta de dados foi dividido em três partes: a primeira se referia a informações profissionais; a segunda era composta por nove questões fechadas, de múltipla escolha, que abordavam critérios técnicos para a realização do diagnóstico de morte encefálica; outras sete questionavam a opinião dos entrevistados sobre morte encefálica e doação de órgãos. Resultados A população do estudo possui média de idade de 38,45 anos (DP = 10,58). Em relação ao tempo de formação, observou-se a média de 11,87 anos (DP = 8,94). O quantitativo geral de acertos das questões conceituais foi de 8,07 (DP = 0,78). Dos 38 participantes, apenas 31,57% acertaram todas as questões. Observou-se que dois entrevistados (5,2%) não se consideravam seguros em realizar o exame clínico. Não foram encontradas diferenças significativas nos números de acertos em comparações referentes a idade e/ou sexo dos entrevistados. Conclusão Somente o grupo profissional de intensivistas teve participantes que acertaram todas as questões técnicas. No entanto, algumas questões básicas precisam ser mais bem discutidas. É importante a incorporação de disciplinas que abordem o tema nos cursos de graduação da área de saúde. Atitudes educativas sobre o tema podem ser mais bem difundidas nos cursos de graduação das diversas áreas de saúde, com a inclusão de disciplinas na grade curricular, bem como a abordagem do tema de forma extensiva nos cursos de especialização em terapia intensiva, de modo a permitir que se formem profissionais com maior grau de conhecimento sobre todo o contexto que envolve a ME e o processo doação-transplante, uma vez que esse processo não admite falhas em nenhuma das etapas.ABSTRACT Objectives Verify the knowledge of ICU physicians about the diagnosis of brain death and the opinions of ICU physicians about organ donation. Methods Quantitative, exploratory, descriptive and cross-sectional study. Methods We interviewed 38 physicians at an adult ICU of a State hospital in the city of Rio de Janeiro. The data collection instrument was split into three parts: the first to gather professional information; the second was composed of nine closed-ended, multiple-choice questions, which addressed technical criteria for the diagnosis of brain death; a further seven questions asked for the interviewee’s opinion on brain death and organ donation. Results The study population had a mean age of 38.45 years (DP = 10.58). In relation to training time, the average was 11.87 years (DP = 8.94). The overall quantity of correct answers to the conceptual questions was 8.07 (DP = 0.78). Of the 38 participants, only 12 (31.57%) correctly answered all the questions. Two interviewees (5.2%) did not feel confident about conducting the clinical examination. No significant differences were found between the number of correct anwers and the age and/or gender of the interviewee. Conclusion Only the professional group of intensivists had participants who answered all the technical questions correctly. However, some basic issues require deeper discussion. It is important to incorporate disciplines that approach this subject in undergraduate courses in the health area, which may help diffuse educational attitudes. Such themes should also be extensively addressed in specialization courses in intensive care in order to improve training about the whole context involving brain death and the donation-transplant process, since this process must be absolutely watertight at every step.

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