Mortalidade segundo causas básicas e desigualdade de renda no Município de São Paulo

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

19/06/2012

RESUMO

OBJETIVO: Analisar causas básicas de óbito segundo a teoria de renda relativa. MÉTODOS: Os 96 distritos do Município de São Paulo, SP, foram divididos em dois grupos segundo desigualdade de renda, com base no índice de Gini (alta > 0,25 e baixa <0,25). Foi aplicada a metodologia propensity score matching para controlar por fatores de confusão referentes às diferenças socioeconômicas e demográficas entre os distritos. RESULTADOS: A diferença entre a mortalidade de distritos desiguais e mais igualitários foi estatisticamente significativa para homicídios (8,57 por 10.000 residentes [IC95% 2,60; 14,53]), doença isquêmica do coração (5,47 por 10.000 [IC95% 0,76; 10,17]), aids (3,58 por 10.000 [IC95% 0,58; 6,57]) e doenças respiratórias (3,56 por 10.000 [IC95% 0,18; 6,94]). As dez causas básicas mais frequentes foram responsáveis por 72,3% do total da diferença. A mortalidade infantil também foi estatisticamente maior para distritos mais desiguais (2,80 por 10.000 [IC95% 0,86; 4,74]), assim como mortalidade masculina (27,37 por 10.000 [IC95% 6,19; 48,55]) e feminina (15,07 por 10.000 [IC95% 3,65; 26,48]). CONCLUSÕES: Os resultados encontrados estão de acordo com o esperado pela teoria da renda relativa. A mortalidade por todas as causas básicas analisadas foi maior em distritos mais desiguais depois do uso da metodologia do propensity score matching. Estudos sobre a desigualdade de renda realizados em regiões menores precisam levar em consideração a distribuição heterogênea das características sociais e demográficas.

ASSUNTO(S)

mortalidade causas de morte renda desigualdades em saúde iniquidade social

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