Mortalidade oculta em pacientes sépticos após alta da unidade de terapia intensiva

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. ter. intensiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

10/06/2019

RESUMO

RESUMO Objetivo: Avaliar o impacto da presença de sepse na mortalidade hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva. Métodos: Ensaio retrospectivo, observacional, em centro único. Todos os pacientes que consecutivamente receberam alta vivos da unidade de terapia intensiva do Hospital Vila Franca de Xira (Portugal) entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2015 (N = 473) foram incluídos e acompanhados até o óbito ou alta do hospital. A mortalidade hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva foi calculada para pacientes sépticos e não sépticos. Resultados: Um total de 61 pacientes (12,9%) faleceu no hospital após receber alta vivos da unidade de terapia intensiva. Esta taxa foi mais elevada entre os pacientes que tinham sepse quando da admissão (21,4%), enquanto a taxa de mortalidade hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva para os demais pacientes foi aproximadamente a metade (9,3%), com p < 0,001. Outras características dos pacientes associadas com mortalidade foram idade avançada (p = 0,02), sexo masculino (p < 0,001), índice mais baixo de massa corporal (p = 0,02), nefropatia terminal (p = 0,04) e, quando da admissão à unidade de terapia intensiva, escore elevado segundo o Simplified Acute Physiology Score (SAPS II); p < 0,001, presença de choque (p < 0,001) e admissão por causas clínicas (p < 0,001). Desenvolvemos um modelo de regressão logística e identificamos os preditores independentes de mortalidade hospitalar após alta da unidade de terapia intensiva. Conclusão: A admissão à unidade de terapia intensiva com diagnóstico de sepse se associa com maior risco de morrer no hospital, não apenas na unidade de terapia intensiva quanto também após a resolução do processo agudo e alta da unidade de terapia intensiva.ABSTRACT Objective: To evaluate the impact of the presence of sepsis on in-hospital mortality after intensive care unit discharge. Methods: Retrospective, observational, single-center study. All consecutive patients discharged alive from the intensive care unit of Hospital Vila Franca de Xira (Portugal) from January 1 to December 31, 2015 (N = 473) were included and followed until death or hospital discharge. In-hospital mortality after intensive care unit discharge was calculated for septic and non-septic patients. Results: A total of 61 patients (12.9%) died in the hospital after being discharged alive from the intensive care unit. This rate was higher among the patients with sepsis on admission, 21.4%, whereas the in-hospital, post-intensive care unit mortality rate for the remaining patients was nearly half that, 9.3% (p < 0.001). Other patient characteristics associated with mortality were advanced age (p = 0.02), male sex (p < 0.001), lower body mass index (p = 0.02), end-stage renal disease (p = 0.04) and high Simplified Acute Physiology Score II (SAPS II) at intensive care unit admission (p < 0.001), the presence of shock (p < 0.001) and medical admission (p < 0.001). We developed a logistic regression model and identified the independent predictors of in-hospital mortality after intensive care unit discharge. Conclusion: Admission to the intensive care unit with a sepsis diagnosis is associated with an increased risk of dying in the hospital, not only in the intensive care unit but also after resolution of the acute process and discharge from the intensive care unit.

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