Mortalidade materna no Recife: anÃlise das trajetÃrias das mulheres

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Foram estudados os Ãbitos maternos por causas obstÃtricas de residentes na cidade do Recife, no perÃodo de 2001 a 2004, com o objetivo de traÃar o perfil sÃcio-demogrÃfico das mulheres, conhecer as causas dos Ãbitos, e descrever circunstÃncias no Ãmbito dos serviÃos de saÃde que contribuÃram para a ocorrÃncia desses Ãbitos. O conteÃdo analisado foi obtido atravÃs dos registros das fichas de investigaÃÃo dos Ãbitos maternos, dos prontuÃrios hospitalares e dos serviÃos de prÃ-natal, do cartÃo da gestante, do ServiÃo de VerificaÃÃo de Ãbito e do Instituto MÃdico Legal. Foram classificados 66 Ãbitos obstÃtricos. As mulheres tinham idade entre 16 e 43 anos, sendo que a maioria vivia em uniÃo consensual, era de cor parda, nÃo exercia atividade remunerada, tinha baixa renda familiar e/ou baixa escolaridade. Um percentual de 15,2% das mulheres nÃo tinha realizado prÃ-natal e, entre as que realizaram 41,5% foram considerados inadequados pelos critÃrios utilizados nesse estudo. A maioria das mulheres necessitou de atendimento em UTI, sendo que 20,9% destas nÃo conseguiram internaÃÃo. Entre as mulheres que necessitaram de hemoderivados, 24,0% conseguiram com dificuldades. Observou-se que as principais causas dos Ãbitos foram as obstÃtricas diretas (54,5%), destacando-se as doenÃas hipertensivas, as hemorragias, as infecÃÃes, as cardiopatias e os abortamentos, sendo que estas trÃs Ãltimas tiveram a mesma importÃncia. Por outro lado, as principais causas obstÃtricas indiretas foram a AIDS, as infecÃÃes, as cardiopatias preexistentes, as hemorragias e a tuberculose. Com relaÃÃo aos aspectos que concorreram para a construÃÃo dos Ãbitos no ano de 2004, destacaram-se a dificuldade na acessibilidade aos serviÃos de saÃde, a inadequaÃÃo do cuidado prestado, a fragmentaÃÃo e desarticulaÃÃo do cuidado, a gravidade do quadro clÃnico quando da chegada ao serviÃo, falhas no sistema de referÃncia, falta de equipamentos e/ou outros insumos, fragilidade do vÃnculo estabelecido e da definiÃÃo de responsabilidade dos profissionais de saÃde com o acompanhamento das mulheres, e insuficiente valorizaÃÃo das queixas apresentadas por elas

ASSUNTO(S)

Ãbito materno mortalidade materna maternal death humanizaÃÃo humanization maternal mortality saude coletiva

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