Mortalidade infantil pós-neonatal e qualidade da assistência médica: um estudo caso-controle

AUTOR(ES)
FONTE

Jornal de Pediatria

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-12

RESUMO

OBJETIVOS: identificar os fatores de risco para a mortalidade infantil pós-neonatal por diarréia e pneumonia relacionados à qualidade da assistência médica. MÉTODOS: estudo tipo caso-controle, de base populacional, de 277 óbitos infantis pós-neonatais por diarréia e pneumonia ocorridos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entre maio de 1991 a abril de 1992. Os casos foram comparados com controles hospitalares, emparelhados por patologia, idade e hospital. As informações sobre casos e controles foram coletadas através de prontuários médicos e entrevistas domiciliares, sendo analisadas algumas variáveis relacionadas à qualidade da assistência médica. Utilizou-se o teste de McNemar e o método de regressão logística condicional para a definição dos fatores de risco para o óbito. RESULTADOS: a regressão logística multivariada mostrou os seguintes fatores independentemente associados a maior risco de óbito pós-neonatal por diarréia e pneumonia: atraso vacinal (OR= 2,48; IC95%=1,17-5,23), estado geral (grave) à admissão hospitalar (OR=10,94; IC95%=4,91-24,34), não realização de procedimentos hospitalares (OR=10,08; IC95%= 3,55-20,59) e desnutrição presente no momento da internação (OR=3,58; IC95%=1,42-9,07). CONCLUSÕES: os resultados indicam a baixa qualidade da assistência médica como um importante fator de risco para o óbito infantil pós-neonatal por causas evitáveis. Os autores salientam a falta de integralidade entre as atividades ambulatoriais e hospitalares como importante determinante da baixa qualidade. Sem desconsiderar o papel preponderante das variáveis socioeconômicas, salienta-se a necessidade de uma ampla discussão sobre o desempenho dos serviços de saúde e mortalidade infantil evitável.

ASSUNTO(S)

mortalidade infantil mortalidade pós-neonatal assistência médica

Documentos Relacionados