Mortalidade indígena Guarani no Sul e Sudeste do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Mundialmente, povos indígenas apresentam elevada carga de doença, expressa por profundas iniquidades em saúde na comparação com os não-indígenas. Neste estudo, descreve-se a mortalidade Guarani no Sul e Sudeste do Brasil, com foco nas iniquidades em saúde. A estrutura populacional Guarani expressa elevada natalidade, mortalidade precoce e baixa idade mediana e esperança de vida ao nascer. A taxa de mortalidade bruta (TM bruta = 5,0/1.000) se assemelha à nacional, mas a TM < 5 anos (44,5/1.000) e a taxa de mortalidade infantil (29,6/1.000) são duas vezes maiores que as TM correspondentes nas regiões Sul e Sudeste. A proporção de óbitos infantis pós-neonatais foi de 83,3%, 2,4 vezes maior que a população geral. As proporções de causas mal definidas (15,8%) e de evitáveis pelos serviços de saúde (51,6%) foram elevadas. As principais causas de morte foram as respiratórias (40,6%) e as infecciosas e parasitárias (18,8%), sugerindo precárias condições de vida e de organização dos serviços de saúde. Há necessidade de maiores investimentos na atenção primária e em intervenções sobre os determinantes sociais da saúde, a fim de reduzir as iniquidades reveladas.

ASSUNTO(S)

Índios sul-americanos infecções respiratórias mortalidade desigualdades em saúde

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