Mortalidade e Potencial Embólico dos Tumores Cardíacos

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/07/2014

RESUMO

Fundamento: Os tumores do coração são infrequentes, em sua maioria benignos e com alto potencial embólico. Objetivo: Correlacionar o tipo histológico do tumor cardíaco com seu potencial embólico, com o sítio de implantação e analisar a evolução tardia destes pacientes submetidos à cirurgia. Métodos: No período de dezembro de 1986 a setembro de 2011 foram retrospectivamente analisados 186 pacientes operados (119 do sexo feminino e idade média de 48 ± 20 anos). Foram 145 tumores de átrio esquerdo (77%), 72% dos pacientes assintomáticos e 19,8% com embolização prévia. O diagnóstico foi confirmado por ecocardiograma, ressonância magnética e exame histológico. Resultados: A maioria dos tumores situava-se nas câmaras esquerdas. O mixoma foi o mais frequente (72,6%), seguido dos fibromas (6,9%), trombos (6,4%) e sarcomas (6,4%). Seus tamanhos variaram de 0,6cm a 15 cm (média de 4,6 ± 2,5cm). Houve 37 embolizações prévias à operação (10,2% AVC, 4,8% IAM e 4,3% periférica). Foram 5,4% de óbito hospitalar, com predomínio nos tumores malignos (40% p < 0,0001). O tipo histológico foi preditor de mortalidade (rabdomioma e sarcomas p = 0,002) e de evento embólico (sarcomas, fibroelastoma e lipoma p = 0,006), porém não de recidiva. O tamanho tumoral, a fibrilação atrial, a cavidade e valva acometida não apresentaram relação com o evento embólico. Durante o seguimento (média de 80 ± 63 meses), houve 2 óbitos (1,1%) e duas recidivas tumorais 1 e 11 anos após a operação, ambas para a mesma cavidade. Conclusão: O tipo histológico foi preditor de óbito e de evento embólico pré-operatório, enquanto o sítio de implantação não.

ASSUNTO(S)

neoplasias cardíacas / mortalidade neoplasias cardíacas / cirurgia embolia / complicações

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