Moradia popular na cidade de São Paulo (1930-1940): projetos e ambições
AUTOR(ES)
Simone Lucena Cordeiro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
Esta pesquisa procura contribuir com os estudos que visam compreender os debates e iniciativas sobre a habitação popular na cidade de São Paulo. Baseando-se na leitura da historiografia e das fontes estudadas - anais, revistas, jornais, memórias, fotografias, plantas e processos administrativos -, esta dissertação tem como objeto de análise o período compreendido entre as décadas de 1930e 1940, especialmente os dois eventos sobre a moradia ocorridos na ocasião: I Congresso de Habitação (1931) e Jornada de Habitação Econômica (1941). Apreendemos que os promotores daqueles eventos e das propostas de construção da habitação popular (Instituto de Engenharia e Idort, com apoio do setor público e empresarial) procuravam legitimar suas intervenções através de um discurso técnico, racional-científico e modernizador, o qual solicitava a participação do Estado. Esses promotores tinham como um de seus propósitos a necessidade de aumentar a produtividade no trabalho, bem como de estabelecer um melhor controle sobre os trabalhadores, favorecendo a consolidação de uma cidade que se desejava moderna. Além disso, definiu-se que a efetivação das propostas teria como um dos agentes financiadores os próprios trabalhadores através das Caixas e Institutos de Aposentadorias e Pensões. Dessa forma, percebemos que a moradia popular não era vista de forma isolada, mas em sua dimensão sócio-espacial. A política habitacional desejada naquele momento tinha como um de seus princípios a crença que diferentes parcelas da sociedade deveriam possuir diferentes habitações em distintos espaços, cuja função não seria apenas de moradia. Por essa razão, tomava-se necessária a interferência do poder público devido ao caráter e custos das intervenções. O estudo das propostas e iniciativas assinalou então para os limites espaciais e sociais dessas proposições e intervenções que não visavam apenas a resolução do déficit habitacional, mas a atuação sobre a cidade, conduzindo à especialização e hierarquização de seus espaços e cidadãos. Ao mesmo tempo, colocando em diálogo o conjunto da documentação, foi possível compreender que para grande parte da população paulistana o caminho foi buscar formas diferenciadas de habitar na cidade, entre elas: a moradia na periferia paulistana
ASSUNTO(S)
i congresso de habitacao historia jornada de habitacao economica habitacoes populares habitacao -- 1930-1940 -- sao paulo (sp)
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=7691Documentos Relacionados
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