Monitoramento e caracterização da população epifítica de Pantoea ananatis, agente causal da mancha branca do milho

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A bactéria Pantoea ananatis, foi descrita recentemente como sendo agente causal da Mancha Branca do Milho. Os sintomas caracterizam-se inicialmente por lesões iniciais cloróticas aquosas, que se tornam necróticas de coloração palha. Este trabalho teve como objetivo, monitorar a população epifítica da bactéria, sob condições naturais de infestação e caracterizar essas bactérias comparando-as com aquelas presentes nas lesões. O antibiótico eritromicina foi usado como marcador de resistência, permitindo o crescimento de P. ananatis e inibição das demais bactérias da folha. Três híbridos, HS200, DAS657, 2B710 foram utilizados, e a partir de 50 dias pós-semeadura (DAS), coletas semanais foram realizadas na safra verão 2008/2009 e quinzenais realizadas na safrinha/2009 até o surgimento das lesões. As folhas foram segmentadas (2,5g de massa fresca) e submetidas a dois processos: 1) Safra verão 2008/2009: agitação por duas horas a 60 RPM à 28ºC em 100mL de tampão fosfato (pH 7,0) + 0,1(g/v) peptona bacteriológica; Safrinha/2009: agitação por duas horas a 140 RPM à 30oC em 100mL de tampão fosfato (pH 7,0) + 0,1(g/v) peptona bacteriológica e 2) maceração em 25mL de tampão fosfato (pH 7,0). Cerca de 0,1 mL de cada tratamento foi plaqueado em meio TSA acrescido de eritromicina (1mg/mL) e em TSA sem antibiótico (controle). As placas foram incubadas a 30ºC por 48 horas até a avaliação das unidades formadoras de colônias. Os isolados utilizados na caracterização para nucleação de gelo foram cultivados em meio TSB por 24 horas, à 30ºC e à 60RPM. 0,1mL da suspensão bacteriana foi acrescida à 1mL de água com temperatura externa abaixo de -1oC e observada a formação de gelo instantânea. Os isolados WT 2 e WT11 foram examinados em microscopia eletrônica de transmissão. Os resultados permitiram observar uma grande variação no tamanho da população epifítica da bactéria durante o desenvolvimento da planta, indicando que P. ananatis possa ficar acumulada em diferentes regiões da planta, sem uma distribuição homogênea. A análise de similaridade revelou que os isolados se agruparam em apenas um grupo e através de testes bioquímicos revelou-se que os mesmos eram pertencentes à espécie P. ananatis. Não foram observadas diferenças entre os isolados de lesão e da superfície epifítica para a atividade de nucleação de gelo. Através de microscopia eletrônica de transmissão, demonstrou-se a presença de estruturas semelhantes à vesículas protéicas na membrana externa, sendo provavelmente as responsáveis pela liberação de núcleos de gelo. No teste de patogenicidade os isolados foram capazes de causar sintomas em casa de vegetação e em câmaras de microumidade.

ASSUNTO(S)

bactérias - efeito da temperatura corn diseases and pests phytopathogenic bacteria milho - doenças e pragas bactérias fitopatogênicas

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