MONITORAMENTO DA DINÂMICA DA GEOMORFOLOGIA FLUVIAL DA RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL MAMIRAUÁ, POR MEIO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A dinâmica de migração do canal fluvial e a renovação da floresta alagada através da sedimentação e erosão de suas margens constituem importantes controles da diversidade ecológica dos corredores de rio. As diferentes unidades geomorfológicas e sua resposta a graus variados de intensidade dos processos hidrológicos determinam a dinâmica do ecossistema. Neste estudo, foram utilizadas seis imagens do sensor TM do satélite Landsat 5 entre o período de 1984 e 2005 para determinar e avaliar a dinâmica de áreas vegetadas na várzea localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, região do médio rio Solimões. Também foi avaliado o comportamento de algumas variáveis espectrais (AFRI2.1, NDVI e refletância nas bandas 3, 4, 5 e 7) em relação aos primeiros 21 anos de crescimento da vegetação de várzea. O primeiro passo foi realizar os procedimentos de préprocessamentos, como registro, correção atmosférica, transformação para valores de refletância, normalização radiométrica e máscara de nuvens. As áreas erodidas e sedimentadas foram mapeadas por meio da técnica de detecção de mudanças por subtração de imagens índice de vegetação AFRI2.1, em cinco intervalos de tempo entre 1984 e 2005. As áreas de água se confundiram com áreas vegetadas nas imagens do índice AFRI2.1, tornando inviável a detecção de mudanças por subtração de imagens AFRI2.1 com valores contínuos. As áreas de vegetação foram distinguidas de solo e de água por limiares de AFRI e da banda TM 7, respectivamente. As trocas de estado de solo ou água para vegetação (sedimentação) e de vegetação para solo ou água (erosão) foram mapeados em imagens-mudança para cinco pares de datas seqüenciais. Não houve uma tendência significativa de deposição positiva ou negativa ao longo do tempo. A sedimentação e a erosão foram balanceadas, representando 51,4% e 48,6%, respectivamente, do total de áreas que mudaram. Não foram encontradas relações significativas entre as taxas de erosão e sedimentação e as variáveis fluviométricas analisadas. A taxa final de mudança lateral (erosão _+ sedimentação) de um trecho do canal do rio Solimões foi 0,48% da área do espelho de água, por ano. Grande parte das mudanças e migração do canal foi atribuída a mudanças em ilhas fluviais do canal. A maior mudança foi observada nas áreas de confluência entre os rios. A área dos canais limitantes da RDSM que sofreu alguma mudança não apresentou alta dinâmica de troca de estado ao longo dos 21 anos: 95% dos pixels que mudaram de estado passaram por apenas uma mudança. A maior dinâmica de troca de estados foi observada no paraná do Aranapu. Ao longo da sucessão vegetal, diferenças significativas entre as médias de atributos espectrais foram observadas para os valores de AFRI2.1 e na banda 4, que apresentaram um pico significativo entre 2 e 9 anos de idade. Os valores de NDVI atingiram um platô aos 9 anos, sem queda significativa posteriormente. O comportamento da banda 3 foi complementar ao comportamento do NDVI, com queda entre 2 e 9 anos e estável nas idades posteriores. Entre 16 e 21 anos, foi observada queda significativa nas bandas 4 e 5. Os valores na banda 7 oscilaram dentro de uma amplitude de 1% de refletância em todo o período, e as diferenças não foram consideradas confiáveis.

ASSUNTO(S)

evolução espectral da vegetação processos de sedimentação e erosão fluvial migração do canal fluvial ecologia

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