Monasticismo, arte e riqueza na Gália tardo-antiga
AUTOR(ES)
Figuinha, Matheus
FONTE
Topoi (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2019-04
RESUMO
RESUMO Peter Brown recentemente descreveu a conversão de Paulino de Nola ao monasticismo, em 394, como a renúncia da mística da riqueza. De acordo com Brown, essa mística, perceptível nos vestígios materiais das uillae do século IV, expressava esplendor e prazer. O refinamento da arquitetura, o luxo das decorações e o cuidado do corpo celebravam a riqueza dos proprietários e a abundância da natureza. Meu objetivo neste artigo é usar o conceito de Brown de mística da riqueza como um termômetro, para entender como outros monges aristocratas da Gália dos séculos IV e V conciliaram sua conversão ao monasticismo com suas próprias riquezas. Argumento que sua conversão podia assumir sentidos muito diferentes. Nem todos os monges aristocratas sentiam a necessidade, como Paulino, de rejeitar os sinais que os identificavam como homens ricos e de dedicar sua fortuna a um santo ou a Deus.ABSTRACT Peter Brown recently described Paulinus of Nola’s conversion to monasticism, in 394, as the renouncement of the mystique of wealth. According to Brown, such a mystique, noticeable in the material remains of fourth-century villas, expressed splendor and pleasure. Architectural refinement, decorative luxury and body care celebrated owners’ wealth and abundance of nature. My purpose in this paper is to use Brown’s concept of mystique of wealth as a thermometer, in order to understand how other contemporary Gallic aristocratic monks reconciled their conversion to monasticism with their own wealth. I argue that their conversion could take on a range of different meanings. Not every aristocratic monk felt the need, as Paulinus did, to reject the signs that identified him as a rich man and to dedicate his wealth to a saint or God.
Documentos Relacionados
- O monasticismo de Martinho de Tours e as aristocracias na Gália do século IV
- Loucura imperial na Roma antiga
- QUEM ERAM OS SEGUIDORES DE PRISCILIANO DE ÁVILA? ARISTOCRACIAS, CONTROVÉRSIA RELIGIOSA E MONASTICISMO NA ESPANHA DO SÉCULO IV
- Estrutura e diversidade do componente arbóreo da floresta na Estação Ecológica dos Caetetus, Gália, SP
- O imaginário do sangue e de sua pureza na antiga França