Modificações evolutivas da necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência em indivíduos submetidos a intervenção coronária percutânea: análise de 9.938 pacientes
AUTOR(ES)
Campos, Carlos Augusto Homem de Magalhães, Yugar, Mila, Petrizzo, Antonia, Ribeiro, Expedito E., Ribeiro, Henrique, Spadaro, Andre G., Perin, Marco, Lemos, Pedro A., Martinez, Eulogio, Marchiori, Gilberto, Ramires, José Antonio F.
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-06
RESUMO
INTRODUÇÃO: As intervenções coronárias percutâneas (ICPs) em centros sem cirurgia cardíaca representam uma real opção no contexto atual da cardiologia intervencionista. O propósito deste estudo foi avaliar as mudanças na incidência e indicações para cirurgia de revascularização miocárdica de emergência em pacientes submetidos a ICP de 1992 a 2005 MÉTODO: No total, 9.938 pacientes submetidos a ICP em dois centros foram divididos em três grupos: período pré-stent, de 1992 a 1996 (n = 2.500), período intermediário, de 2002 a 2003 (n = 3.711), e período mais recente, de 2004 a 2005 (n = 3.727) RESULTADOS: Com o advento dos stents passou-se a abordar uma população mais idosa (58,2 ± 10,7 anos vs. 62,7 ± 11,7 anos vs. 67,8 ± 11,6 anos; P = 0,01), com lesões mais complexas, do tipo B2/C (52,2% vs. 72,7% vs. 79%; P < 0,01), mas com melhora nos resultados de oclusão aguda (7,8% vs. 1,7% vs. 1,1%; P < 0,01) e de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência (1,2% vs. 1,1% vs. 0,7%; P < 0,01) e consequente menor mortalidade (3,3% vs. 2,2% vs. 2%; P < 0,01). Foram identificados como preditores da necessidade de cirurgia de emergência o padrão de acometimento coronário multiarterial [odds ratio (OR) 3,42, intervalo de confiança de 95% (IC 95%) 1,75-6,7], infarto agudo do miocárdio (OR 3,65, IC 95% 2,3-5,8) e complexidade das lesões [tipo B2/C, American Heart Association/American College of Cardiology - AHA/ACC (OR 3,27, IC 95% 1,66,75)]. A característica que exerceu efeito protetor foi a utilização de stent (OR 0,58, IC 95% 0,4-0,85) CONCLUSÃO: Os avanços da técnica, do material e da farmacoterapia adjunta têm contribuído com a ICP no sentido de diminuir a necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica de emergência.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica emergências stents
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