Modelo probabilístico de ignição e espalhamento de fogo em áreas de floresta na Amazônia Brasileira

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A modelagem de fogo tornou-se uma importante ferramenta na avaliação da resiliência de ambientes florestais em situações de intervenções humanas, bem como na interação entre desflorestamento e clima, fatores que podem levar o ecossistema amazônico a um ciclo irreversível de autodestruição. Este trabalho apresenta um modelo capaz de simular tanto as fontes de ignição quanto o espalhamento de fogo, através de dois componentes. O primeiro componente simula a ocorrência de focos de calor, representando as fontes de ignição ao longo das áreas de floresta da Amazônia, baseado na integração de dados climáticos e de uso da terra. Calibrou-se este modelo com focos de calor do satélite NOAA-12 noite ocorridos em 2003 e a validação realizou-se com dados de 2002, 2004 e 2005. Primeiramente, utilizou-se o método de pesos de evidência para estimar a probabilidade de focos de calor baseada em uma série de variáveis espaciais - como proximidade a estradas, cidades, áreas desflorestadas e uso da terra. Este mapa foi combinado a um mapa de risco climático, derivado da aplicação de uma regressão logística a dados mensais de VPD (déficit de pressão de vapor), resultando, finalmente, no mapa de risco de focos de calor. Considerando este mapa de risco, o modelo simula estocasticamente a quantidade e a localização dos focos de calor mensalmente, utilizando coeficientes de ajuste para as estações secas e chuvosas dos hemisférios sul e norte e duas distribuições de probabilidade, a distribuição Beta(0,985;0,1) e a Weibull(13;0,6). Em relação ao espalhamento, o objeto de estudo é um tipo de fogo bastante usual nas florestas da Amazônia, o fogo de sub-bosque, o qual os satélites de monitoramento não conseguem captar facilmente. A componente do espalhamento emprega a metodologia de autômato celular para simular a propagação do fogo como função da distância das fontes de ignição - obtidas pelo primeiro componente do modelo - declividade, hidrografia, condições climáticas e direção do vento no interior da floresta. Nesta fase, utilizaram-se cicatrizes de fogo obtidas através de imagens LandSat na região do Xingu em 2005. Ambas as etapas da modelagem apresentaram ajustes satisfatórios em termos de distribuição espacial e temporal.

ASSUNTO(S)

amazônia teses. fogo e ecologia teses.

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