Modelo experimental para o estudo da gastrosquise em embriões de galinha

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A gastrosquise passou, nos últimos 50 anos, da condição de uma patologia fatal para índices de sobrevida ao redor de 90%, graças aos avanços na neonatologia e cirurgia neonatal modernas. Porém uma significativa morbidade permanece, relacionada principalmente com o atraso no início do funcionamento intestinal normal. Este tema é objeto de estudo em vários centros visando determinar a origem do problema e promover soluções. Os modelos experimentais em animais são parte importante desses estudos. O objetivo deste trabalho foi o de reproduzir o modelo experimental da gastrosquise em embriões de galinha e comprovar que as alterações histopatólogicas apresentadas são comparáveis às da gastrosquise em humanos. Foram utilizados 278 ovos galinha da raça Leghorn (Gallus domesticus).Os embriões foram divididos em três grupos: grupo gastrosquise, no qual, através de um orifício na casca do ovo, o cordão umbilical foi aberto e as alças intestinais expostas a uma mistura de líquidos amniótico e alantóide; grupo mistura, no qual se promovia apenas a mistura de líquidos amniótico e alantóide, sem a manipulação do coto umbilical e sem a exposição de alças intestinais; e o grupo controle, que consistia de embriões normais e nos quais nenhum procedimento foi realizado. Os procedimentos foram feitos no 13o dia do desenvolvimento embrionário, e o estudo encerrado no 19o, quando as alças intestinais dos embriões foram removidas e encaminhadas para análise histológica convencional e análise morfométrica digital. Ao final do experimento, foram obtidos 23 embriões vivos do grupo gastrosquise (11,1% de sobrevida), 18 dos quais apresentavam alças intestinais expostas (8,7% de sucesso). No grupo mistura, 12 (70,5%) de 17 embriões sobreviveram ao procedimento. Como controle foram utilizados 10 embriões normais. Os embriões do grupo gastrosquise apresentaram um peso menor que os dos outros grupos. Este grupo também desenvolveu alterações intestinais consistindo em infiltrado inflamatório da serosa e mucosa, alterações isquêmicas da parede intestinal e formação de uma camada de fibrina sobre as alças. Tais achados são característicos da gastrosquise humana e não foram observados nos demais grupos. Os embriões do grupo gastrosquise mostraram também espessamento da parede intestinal, principalmente da serosa, quando em comparação com os outros grupos. Desta forma, o modelo experimental em embriões de galinha mostrou ser capaz de reproduzir as alterações intestinais da gastrosquise humana.

ASSUNTO(S)

gastrosquise modelos animais de doenças embrião de galinha

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