Mobilização e predação: a guerra contra espécies invasoras sob duas perspectivas

AUTOR(ES)
FONTE

Horiz. antropol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-08

RESUMO

Resumo As lógicas de biossegurança contemporâneas se baseiam em um modelo de pensamento derivado da estratégia militar. Não obstante, que concepções sobre a natureza mesma da guerra perpassam as reações sociais à presença de ameaças biológicas, como espécies exóticas invasoras? A partir da etnografia do manejo de javalis asselvajados no sul do Brasil, argumento neste artigo que tanto os discursos sobre invasões biológicas quanto suas críticas se inspiram em um paradigma estratégico e exclusional do conflito militar, baseado, por sua vez, em um imaginário territorial das relações ecológicas. Alternativamente, em linha com a antropologia simétrica e algumas reflexões de Lévi-Strauss sobre o canibalismo, sugiro que outros modelos do que seja uma guerra podem ser mobilizados para se pensar o conflito entre sociedade e riscos biológicos, mais próximos da lógica de predação familiarizante que caracteriza a relação agonística com a alteridade perigosa nas cosmologias ameríndias.

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