Mobilização do trabalho na Amazônia: o oeste do Pará entre grilos, latifúndios, cobiças e tensões. / Mobilização do trabalho na Amazônia. O oeste do Pará entre grilos, latifúndios, cobiças e tensões

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta tese analisa a mobilização dos trabalhadores rurais no oeste do Estado do Pará, município de Santarém, que ocorre em função do processo de desenvolvimento das atividades produtivas em curso, tais como a extração da madeira, a pecuária e a produção de grãos (agronegócio). Na maioria das vezes, a realização dessas atividades tem como processo antecedente a grilagem das terras públicas, momento em que são utilizados mecanismos ilícitos e contundentes de apropriação privada dessas terras, tais como a utilização de documentos falsos, intimidação e violência. Os confrontos com as populações rurais que já habitavam há muito tempo àquela região, até mesmo por gerações, têm sido inevitáveis e em função disso, as tensões são constantes. A extração da madeira e a pecuária são atividades que já vinham sendo desenvolvidas naquele município desde antes, mas que ganharam impulso com chegada do agronegócio, a partir de 1997. A terra que também se transformou em mercadoria valorizada, além de ser meio de produção, está no centro dos problemas fundiários e dos conflitos no campo. O Estado sempre foi uma presença marcante naquela região, em vários aspectos, entre os quais, o de colocar em prática os projetos desenvolvimentistas a partir da década de 70 do século passado e de criar as condições para a realização dos projetos agropecuários. Esses empreendimentos têm na sua base a formação de grandes latifúndios. Nesta tese, buscou-se mostrar que o processo de mobilização do trabalho se realiza no contexto de uma realidade, onde estão sendo criadas novas formas de produzir e de relações sociais, que rompem com antigos costumes, formas de fazer e de organizar o espaço, que foram moldados pela atividade extrativa no decorrer de vários séculos.

ASSUNTO(S)

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