Mobilidade dos textos e diversidade das línguas: Traduzir nos séculos XVI e XVII

AUTOR(ES)
FONTE

Varia hist.

DATA DE PUBLICAÇÃO

16/05/2019

RESUMO

Resumo O tema da tradução é hoje compartilhado pela história literária, pela crítica textual, pela sociologia cultural e história global. Este artigo pretende, primeiramente, refletir sobre as razões dessa convergência. A primeira é histórica e considera a tradução como uma primeira forma de “profissionalização” da escrita. A segunda é metodológica e possui os estudos da tradução como um elemento essencial da “geografia literária” proposta por Franco Moretti, e da perspectiva das “histórias conectadas” definida por Sanjay Subrahmanyam. A terceira razão é linguística e estética e coloca ênfase na intraduzibilidade (ou nos textos e autores considerados como intraduzíveis). Em seguida, o artigo propõe três estudos de caso que permitem identificar três séries de pesquisas sobre as traduções e três modalidades da transformação dos textos quando eles migram de uma língua para outra. A mobilidade do significado pode ser produzida pela dificuldade da tradução de certas palavras (por exemplo “affetazione” ou “sprezzatura” no Libro del Cortegiano de Castiglione), ou pelo contexto da recepção da obra tal como sinalizam elementos paratextuais (no caso da Brevíssima relación de la destrucción de las Indias de Las Casas), ou ainda pela mutação do próprio sentido do texto (como o mostra o “Oráculo manual y arte de prudência” de Gracián, transformado em L’Homme de cour por seu tradutor francês, mesmo que a palavra “corte” nunca tenha aparecido no livro de Gracián).Abstract The theme of translation is a concern shared today by literary history, textual criticism, cultural sociology, and global history. Initially the article will reflect on the reasons for this convergence. The first is historic and considers translation as the first form of the ‘professionalization’ of writing. The second is methodological and locates translation studies as an essential element of the ‘literary geography’ proposed by Franco Moretti and the perspective of ‘connected histories’ defined by Sanjay Subrahmanyam. Finally, the third is linguistic-aesthetic and emphasizes the untranslatable (or texts and authors considered as such). Afterwards three case studies are looked at which can identify three scales of research on translation and three modalities of textual transformations when they migrate from one language to another. The mobility of meaning can relate to the difficulty of translating the same words (for example affetazione or sprezzatura in Castiglione’s Libro del Cortegiano), or in the context of the reception of the work how to express the paratexts (as in the case of Las Casas’ Brevísima relación de la destrucción de las Indias), or also mutation in the entire meaning of the text (as shown by l’Oráculo manual y arte de prudencia by Gracián transformed into L’Homme de cour by its French translator when the word court (cour) never appeared in Gracián’s work).

Documentos Relacionados