MITO E (RE)INVENÇÃO DA MANCHESTER MINEIRA: etnografia de um passeio histórico-cultural na cidade de Juiz de Fora

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Neste trabalho, que consiste num estudo de caso, tendo como cenário e palco urbanos a mítica Manchester Mineira (título conferido à cidade de Juiz de Fora, em razão de seu passado industrial glorioso), procuro enfatizar e analisar a relação entre mito e turismo cultural, a partir da teoria antropológica referente ao primeiro, colocada em risco na prática (turística e etnográfica) concernente ao segundo. Minha inserção, como participante, no passeio histórico-cultural constante do Projeto Viver Juiz de Fora descubra esta cidade, que é promovido pela Prefeitura deste município, permitiu-me observar - de perto e de dentro - como o mito opera como mediador simbólico do diálogo estabelecido ali entre uma história objetiva e oficial, narrada por meio do patrimônio revelado, e as histórias subjetivas dos turistas-nativos, que revitalizam (simbolicamente) este patrimônio com sua prática turística. Trata-se, pois, de uma etnografia de um passeio de fim de semana (ou de domingo), de um fazer turismo (cultural) na própria cidade em que se vive, não de uma forma independente e isolada, mas coletiva e mediada por agentes do estado em sua esfera municipal. Neste caso, o deslocamento no espaço implica um deslocamento no tempo, no sentido da construção de uma memória coletiva. Revitalizado nesta prática de revitalização do patrimônio histórico-cultural da cidade, o mito fornece a estes turistas-nativos os símbolos para se pensarem como membros de uma comunidade mais ampla no espaço e no tempo, fomentando assim um sentimento de pertença à cidade. Concluo afirmando que esta forma de fazer turismo é também uma forma de (re)inventar tradições, culturas, histórias e cidades

ASSUNTO(S)

manchester mineira manchester mineira patrimônio histórico myth historic heritage ciencias sociais aplicadas mito turismo cultural cultural tourism

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