Mito e absurdo no moderno drama francês e em Nelson Rodrigues

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/01/2012

RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de investigar, num primeiro momento, como se produzem novos sentidos através da utilização dos mitos gregos no drama francês da época entreguerras e do período em que a França esteve sob a Ocupação alemã devido aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. O objeto de pesquisa são as peças míticas de Jean Giraudoux, Jean Cocteau, Jean Anouilh e Jean-Paul Sartre, nas quais este trabalho analisa as tensões entre o sentimento do absurdo, representativo da época das duas Grandes Guerras e sistematizado por Albert Camus em O mito de Sísifo, de 1942, e as possibilidades de a mitologia grega conferir novos sentidos para a sociedade em que os mitos são ressignificados, diferentes daqueles veiculados pela literatura antiga, especialmente pela tragédia ática. Em seguida, procede-se uma interpretação das quatro peças míticas do escritor brasileiro Nelson Rodrigues, escritas entre 1945 e 1949, a partir das mesmas perspectivas, levando à constatação das diferenças de sentido promovidas pelas ressignificações dos mitos em uma mesma época, em sociedades com experiências históricas diferentes. A tese é iniciada pela discussão de conceitos relevantes para a análise, como mito, trágico e absurdo, além de noções oriundas da teoria do imaginário. O capítulo seguinte, reservado ao estudo das peças francesas, é constituído por algumas páginas introdutórias dedicadas às transformações históricas e culturais da França entre as décadas de 1930 e 1940 e pela análise das peças com temas da mitologia grega escritas por Giraudoux, Cocteau, Anouilh e Sartre no mesmo período. Outro capítulo é destinado à história e à cultura brasileira nos mesmos decênios, com especial ênfase ao teatro brasileiro do período e ao papel desempenhado por Nelson Rodrigues nesse contexto cultural, além de, em seções individuais, analisarem-se as quatro peças míticas do autor sob o viés da ressignificação dos mitos gregos. Ao final, a conclusão estabelece um comparativo entre as peças analisadas e os sentidos veiculados pelo drama mítico francês e pelo brasileiro da mesma época. Esta pesquisa é embasada na teoria do imaginário, tendo como principais referências os escritos de Gilbert Durand e Gaston Bachelard e, como apoio, numa perspectiva transdisciplinar, as pesquisas sobre mitologia empreendidas por Mircea Eliade e Joseph Campbell, além de fontes oriundas da historiografia, da filosofia e dos estudos teatrais.

ASSUNTO(S)

literatura - histÓria e crÍtica teatro brasileiro - histÓria e crÍtica teatro francÊs - histÓria e crÍtica mitologia grega imaginÁrio drama letras

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