Ministros da Saúde: pouco tempo no cargo para objetivos de longo prazo?

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-03

RESUMO

CONTEXTO E OBJETIVO: Investimentos em saúde deveriam considerar as demandas de curto e longo prazo. Os objetivos foram comparar o tempo médio no cargo dos ministros da saúde no Brasil e em outros 22 países e avaliar a relação entre o tempo médio dos ministros no cargo e alguns indicadores. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo descritivo realizado no Centro Paulista de Economia da Saúde (CPES). MÉTODOS: Vinte e dois países com os Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) mais altos e o Brasil foram incluídos. O número de ministros da saúde nos últimos 20 anos foi pesquisado na página eletrônica do Ministério da Saúde de cada país. Coeficiente de correlação de Pearson (CCP) foi utilizado para comparar o número de ministros em cada país com os indicadores daquele país. O teste de Mann-Whitney foi usado para comparar o tempo de permanência do ministro da saúde no Brasil com os outros países. RESULTADOS: O tempo médio (desvio padrão, DP) no cargo dos ministros brasileiros foi de 15 (12) meses, um período estatisticamente significante menor do que a média observada nos outros 22 países, 33 (18) meses (P < 0,05). Foi observada uma moderada e também estatisticamente significante correlação positiva entre o número de ministros e taxas de mortalidade para várias condições. Houve uma moderada e significante correlação negativa entre o número de ministros e o investimento em saúde per capita total (r = -0.567) e o investimento em saúde público per capita (r = -0.530). CONCLUSÃO: O ministro da saúde permanece, na média, pouco tempo no cargo. Há uma premente necessidade de se pensar e planejar o sistema de saúde para o longo prazo.

ASSUNTO(S)

liderança formulação de políticas indicadores básicos de saúde política de saúde tomada de decisões

Documentos Relacionados