Mídia, emoção e cultura gaúcha: a construção da imagem do jornalista Paulo SantAna no Rio Grande do Sul

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O novo espírito do tempo deste início de século 21, dito pós-moderno, marcado pela imagem, pelo efêmero e pelo fragmentário, pede relações midiáticas que contemplem o cultivo das possibilidades sensoriais e afetivas. O jornalista gaúcho Paulo SantAna, 69 anos, objeto da presente Dissertação de Mestrado, insere-se nesse contexto ao apostar em estratégias dotadas da complexidade que esse novo real pressupõe. SantAna atua desde os anos 70 em três mídias gaúchas: Jornal Zero Hora, Rádio Gaúcha e RBS TV Porto Alegre, que integram a Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), maior e mais poderoso monopólio de mídia da região sul e um dos mais significativos do país. Desde setembro de 2007, o jornalista comanda um blog no site www.zerohora.com. Por meio de performances teatrais, nas quais faz uso de gracejos, ironias e metáforas, ele construiu, ao longo de 37 anos, uma proposta de jornalismo de estilo diferenciado, próximo de um pós-modernismo criativo diretamente ligado ao vivido e ao cotidiano. Nesse âmbito, a principal das duas hipóteses do presente estudo, o qual buscou compreender como ocorreu a construção da imagem de um fenômeno midiático, é a de que o sucesso de SantAna se explica, ao menos em parte, pelo jeito único e peculiar de ser e de expor-se como sujeito midiático, que constrói, por seu fazer e por seus modos de aparecer, uma identidade ligada ao credível, ao honesto, ao autêntico e ao sensível. Partindo da premissa de que todo discurso carrega marcas (estilos, crenças e competências) de seu enunciador, a Dissertação de Mestrado analisou os fatos (noticiosos ou não) de maior impacto na definição da identidade do jornalista no Rio Grande do Sul. A outra hipótese, não menos importante, é a de que SantAna encarna características ligadas ao gauchismo, como a coragem, a soberba e a altivez, que mexem com o imaginário do morador do Estado. Em coadunação com essa perspectiva, foram imprescindíveis reflexões acerca da pós-modernidade, da crônica, da notícia e do regionalismo (Harvey, Sodré, Maffesoli, Bauman, Vicchiatti, Chaparro, Oliven, Debord e outros), além de uma análise do discurso produzido por SantAna, por meio do instrumental da semiótica discursiva (Greimas, Oliveira, Landowski, Pessoa de Barros, Fiorin, Fechini e outros). Os textos analisados que, na perspectiva semiótica, não são necessariamente verbais foram selecionados a partir de buscas online, aplicação de entrevistas, análise de gravações de programas de televisão e de rádio, e pesquisas bibliográficas e em exemplares de jornais

ASSUNTO(S)

mídia media emoção comunicacao comunicacao de massa comunicacao e semiotica post-modernity semiotics semiótica emotion pos-modernismo grupo rbs

Documentos Relacionados