Microfinance institutions performance evaluation in Brazil: a comparative analysis / Avaliação de desempenho de instituições microfinanceiras no Brasil: análise comparativa

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O Microcrédito ganhou notoriedade a partir da experiência do Banco Grameen, em Bangladesh, nos anos 70. A expansão e o crescimento das microfinanças, nas últimas décadas, atraiu a atenção de pesquisadores e governos, tornando-se um instrumento de políticas públicas para o combate à pobreza, e trouxe com elas a necessidade de maior transparência e de padronização das informações sobre o desempenho financeiro para alcançar dois objetivos: a atração de recursos financeiros de organismos internacionais de auxílio e fomento, bancos de desenvolvimento e investidores, para funding das operações; permitir a comparação dos resultados Instituições Microfinanceiras. No Brasil, o Microcrédito surgiu nos anos 70, e ganhou maior impulso no final da década de 90, quando se criou a regulamentação específica para o setor. Este trabalho teve por objetivo definir um modelo de medição de performance para as instituições financeiras não bancárias autorizadas a trabalhar neste segmento, as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, avaliar seu desempenho quanto à qualidade dos ativos, eficiência operacional, gestão financeira e lucratividade, no período de dezembro de 2000 a dezembro de 2004, e compará-lo ao de Instituições Microfinanceiras atuando na América Latina. Partindo de uma extensa pesquisa bibliográfica, identificou indicadores de performance usados internacionalmente, cujos conceitos foram amplamente discutidos e consensados. Eles foram adaptados ao Plano Contábil das Instituições Financeiras e aplicados aos dados de balanço e demonstrativo de resultados fornecidos pelo Banco Central do Brasil, permitindo traçar um painel da evolução do segmento de microcrédito atendido pelas Sociedades de Credito ao Microempreendedor. A avaliação do comportamento dos indicadores indicou um segmento em desenvolvimento; um processo de crescimento baseado em capital próprio, com baixa utilização de recursos de terceiros; resultados financeiros elevados que, quando combinados com despesas altas, geram resultados modestos. A comparação com as operações em outros países latino-americanos mostrou que as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor possuem ativos de maior risco, menor eficiência operacional, nível de endividamento muito mais baixo e índices de lucratividade menos significativos que os de suas pares internacionais. Mostrou, também, que as instituições locais são muito menores e mais jovens. Para o desenvolvimento do microcrédito no Brasil, é fundamental que o governo aumente a atratividade do setor, e atue para resolver uma falha de mercado, onde as instituições privadas não estão totalmente à vontade para atuar, criando condições para a expansão das entidades privadas e para a entrada de instituições internacionais, trazendo o conhecimento e a experiência de outros mercados.

ASSUNTO(S)

américa latina benchmark latin america microcredit análise financeira performance indicators indicadores de desempenho microcrédito benchmark microfinanças microfinance

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