Microbiota fúngica isolada da pele de suínos hígidos procedentes de diversos municípios do Estado do Rio Grande do Sul.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A suinocultura brasileira encontra-se atualmente em um nível técnico de destaque no contexto mundial. Entretanto, diversas estratégias são utilizadas para restringir a compra dos produtos brasileiros por países estrangeiros, em especial barreiras sanitárias. Os objetivos desse trabalho foram determinar a microbiota fúngica da pele de suínos sem lesões aparentes e estabelecer os possíveis agentes micóticos de importância nesta espécie. Foram obtidas 261 amostras de animais com 20 a 120 dias de idade, provenientes de 11 granjas do Rio Grande do Sul. As amostras foram obtidas apenas dos animais com ausência de qualquer patologia. Essas foram semeadas em Agar Sabouraud com cloranfenicol. Obteve-se o crescimento de 509 culturas, sendo 305 (59,92%) fungos filamentosos e 204 (40,08%) leveduras. A distribuição do número de diferentes colônias isoladas por amostra demonstra uma predominância de monocultura no grupo 1 (animais de 20 a 60 dias de idade) em relação ao grupo 2 (animais acima de 60 dias de idade). Dentre os fungos filamentosos septados, ocorreu predominância dos hialohifomicetos (43,03%) em relação aos feohifomicetos (10,41%), enquanto que observou-se apenas 6,48% de filamentosos asseptados. O Aspergillus (22,90%) foi o gênero de hialohifomiceto mais isolado, com predominância do A. flavus (5,70%). Dentre os feohifomicetos, o gênero Cladosporium foi o mais prevalente (9,04%). No que concerne os zygomicetos, o gênero mais isolado foi Mucor (4,13%). Em relação às leveduras, o gênero Candida foi o mais isolado (14,73%), sendo a distribuição de freqüência das espécies: C. albicans (13,56%), C. parapsilopsis (0,59%), C. famata (0,20%), C. tropicalis (0,20%) e outras espécies de Candida (0,20%). A reduzida quantidade de diferentes fungos isolados por amostra nos animais do grupo 1, em relação ao grupo 2, pode ter sido influenciada pela menor quantidade de grãos utilizada na fabricação de ração nos animais mais novos, maior freqüência de limpeza e desinfecção das instalações, bem como a não mistura de animais provenientes de diferentes origens. A alta prevalência do gênero Candida observada em suínos, um gênero normalmente comensal do trato gastrintestinal, se torna importante quando esses animais são acometidos por doenças imunossupressoras. Estudos clínicos longitudinais e/ou infecções experimentais talvez possam definir a importância destes agentes em suínos.

ASSUNTO(S)

swine microbiota mesófila aeróbia suinocultura fungi flora yeasts filamentous fungi candida spp

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