Métodos de vigilância epidemiológica de infecções hospitalares utilizados pelos hospitais de Porto Alegre

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Introdução As infecções associadas a serviços de saúde (IASS) representam maior morbi-mortalidade, custo e contribuem em até 50% dos óbitos hospitalares. Serviços de Controle de Infecções Hospitalares (SCIH) possuem papel-chave na promoção da segurança dos usuários dos serviços de saúde visto que a realização de ações de vigilância de IASS é de extrema importância no auxílio do processo de tomada de decisão no cuidado dos pacientes Objetivo O presente estudo objetiva caracterizar o dimensionamento e atividades realizadas pelos SCIH dos hospitais de Porto Alegre além de identificar as metodologias utilizadas por esses serviços. Métodos Os dados foram obtidos através da aplicação de um questionário semi-estruturado, pré-codificado aos responsáveis pelos Serviços de Controle de Infecção durante um estudo transversal no qual foram visitados os 25 hospitais de Porto Alegre entre os meses de Março e Junho de 2008. Resultados Foram identificados 3 hospitais que realizavam vigilância de IASS pelo método global, 19 que realizavam o método de vigilância por componentes e 3 que não realizavam qualquer método de vigilância de maneira sistemática. Nenhum dos 19 hospitais que utilizavam a metodologia por componentes realizava estudos de prevalência periódicos fato que impossibilita que estes hospitais conheçam a própria realidade em relação à ocorrência de IASS. Da mesma forma, foram identificados hospitais com dificuldade de adequar suas atividades de vigilância às suas características assistenciais, o que fica evidente pelo fato de que apenas 30% dos hospitais cirúrgicos realizavam vigilância de infecções de sítio cirúrgico e 20% desses realizavam vigilância de infecções relacionadas a cateteres venosos centrais. Os hospitais apresentavam características de alto grau de especialização, entretanto mais da metade dos SCIH (52%) encontravam-se subdimensionados em relação à legislação vigente, muitas vezes não realizando processos de vigilância consagrados na literatura e tendo profissionais que dedicavam parcela substancial de seu tempo a atividades não diretamente relacionadas aos objetivos dos serviços. Conclusões Considerando a vigilância epidemiológica das IASS como o componente central de serviços de controle de infecção, os achados do presente estudo evidenciam a necessidade de adoção de estratégias de fortalecimento das metodologias utilizadas e da capacitação dos profissionais de saúde dos SCIH. Assim, além de levantar um cenário de inadequação à legislação vigente, os resultados do presente estudo sugerem necessidade de revisão dos requisitos legais que regem a formação dos SCIH no Brasil.

ASSUNTO(S)

vigilância epidemiológica infecção hospitalar hospitais

Documentos Relacionados