Métodos de quantificação de espécies metálicas por espectrometria atômica e avaliação nutricional em tecidos de jambú (Acmella oleracea)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/04/2012

RESUMO

O jambú (Acmella oleracea), hortaliça empregada na culinária e na medicina popular no Norte do Brasil, tem sido objeto de pesquisas em diversas áreas revelando aplicações promissoras. Entretanto, são encontrados poucos registros relacionados à sua composição e valor nutricional inorgânico. Neste estudo, foram desenvolvidos dois métodos de tratamento de amostras, calcinação (CA) e digestão úmida (DU), para a quantificação de K, Na e Li por Fotometria de Chama e Ca, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn por Espectrometria de Absorção Atômica por Chama, em amostras de folhas (Fo), flores (Fl) e folhas-flores (Fo-Fl) de jambú produzidas e comercializadas em Boa Vista/RR, considerando a complexidade das matrizes, a otimização instrumental para cada espécie estudada, a eficiência analítica e laboratorial por meio de experimentos de adição e recuperação de analitos e por comparação com Material de Referência (MR) de Braquiária brizantha e a essencialidade e/ou toxicidade das espécies sob estudo nos limites de tolerância fisiológicos. Os métodos CA e DU mostraram-se eficientes para todas as espécies metálicas nas amostras sob estudo, com desvios padrões relativos abaixo de 10 % para a maioria das espécies e recuperações na faixa de 90 a 110 %, exceto para o Li no método DU, em que necessita de otimizações. Os teores de Cu se mostram próximos e os de Ni abaixo dos seus respectivos limites de quantificação (LOQs), em ambos os métodos e para todas as amostras. Porém, o método DU exibe melhores LOQs para o Ca, Cu, Fe e Zn, enquanto o método CA para o K, Mn, Na e Ni e para o Li, os resultados são semelhantes. Os testes estatísticos, F e t emparelhado (95 % de confiança) aplicados aos resultados dos dois métodos mostram não existir diferenças significativas entre as suas precisões e concentrações em todas as espécies, bem como entre as amostras de Fo e Fo-Fl. As quantificações do MR com o uso dos métodos estabelecidos evidenciam o bom desempenho laboratorial e a aplicabilidade destes métodos em outras matrizes ambientais, exceto para o Fe no método CA para o qual são necessárias adequações. Além disso, os métodos são promissores para a determinação de outras espécies metálicas. De modo geral, o método CA apresenta em relação ao método DU, menores: número de reagentes, quantidades de resíduos, etapas de manipulação e riscos de contaminações da amostra. No entanto o método CA apresenta baixa velocidade de destruição da matéria orgânica e elevado consumo de energia elétrica. Logo, os métodos apresentam vantagens e desvantagens, um em relação ao outro, inerentes aos tratamentos aplicados. Quanto ao potencial nutricional do jambú, recomenda-se sua inserção na dieta humana, visto que a ingestão de 50 g em massa úmida desta hortaliça contribui com altos teores em Li e Mn, sendo as Fl fontes em Cu. Os resultados obtidos para as espécies metálicas, cinzas e umidade nas amostras estudadas se mostram próximos aos de alguns dados da literatura. Os resultados demonstram novas opções de métodos de tratamento de amostras para a quantificação de espécies metálicas em tecidos vegetais, bem como assinalam novas informações sobre alimentos consumidos nacionais que poderão ser úteis na complementação de bases de dados de composição mineral e na popularização do jambú como fonte nutricional.

ASSUNTO(S)

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