Metabolização da quercetina e produção de quercetina 2,3-dioxigenase por Beauverias bassianas isoladas da região Centro-Oeste do Brasil / Quercetin biotransformation and quercetin 2,3-doxygenase production by Beauveria bassiana isolated from the Midwestern Region of Brazil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Considerando-se a vasta aplicabilidade biotecnológica descrita para Beauveria bassiana, a versatilidade que a biotransformação microbiana apresenta, as importantes atividades biológicas atribuídas ao flavonóide quercetina, as perspectivas quanto ao seu uso terapêutico e ainda a atividade da enzima quercetina 2,3-dioxigenase sobre a quercetina, pretendeu-se avaliar a metabolização da quercetina pela cepa B. bassiana ATCC 7159 e por isolados de B. bassiana obtidos na Região Centro-Oeste do Brasil. Os objetivos específicos do presente estudo foram: avaliar o potencial da cepa B. bassiana ATCC 7159 e dos isolados em produzir metabólitos da quercetina; investigar a produção de quercetina 2,3-dioxigenase pela cepa B. bassiana ATCC 7159 e pelos isolados; determinar a variabilidade genética entre os isolados de B. bassiana e estabelecer possíveis correlações entre dados moleculares e produção de quercetina 2,3-dioxigenase. Todos os isolados e a cepa B. bassiana ATCC 7159 foram capazes de metabolizar a quercetina formando compostos descritos nos estudos da metabolização deste flavonóide em mamíferos e o isolado IP 94 produziu um número maior de compostos quando comparado aos demais. B. bassiana ATCC 7159 e os isolados IP 94, IP 98, IP 129, IP 147 geraram metabólitos metilados, enquanto os isolados IP 8, IP 11 e IP 94 geraram metabólitos monoglicuronados. Todos os isolados estudados geraram metabólitos sulfatados e metabólitos metilados e glicuronados simultaneamente e foram capazes de sintetizar a enzima quercetina 2,3-dioxigenase. A síntese de quercetina 2,3-dioxigenase no meio de cultivo PDSM, utilizado para a biotransformação microbiana da quercetina, foi superior à obtida em meio mínimo. B. bassiana ATCC 7159 e os isolados IP 11 e IP 132 apresentaram maior atividade da quercetina 2,3-dioxigenase, enquanto os isolados IP 153 e IP 3a apresentaram as mais baixas. A formação dos metabólitos da quercetina e a produção de quercetina 2,3-dioxigenase não se relacionaram com a origem geográfica dos isolados. A análise da variabilidade genética por meio de RAPD permitiu dividir os isolados em três grupos distintos e mostrou elevada diversidade genética entre eles; porém, a análise por meio de RFLP-PCR da região ITS não permitiu diferenciar os isolados. A análise da sequência da região ITS confirmou a identidade dos fungos como B. bassiana. Os resultados obtidos permitiram concluir que: a biotransformação microbiana da quercetina por meio do fungo B. bassiana constitui alternativa ao uso de métodos químicos e sistemas biológicos para a produção de metabólitos da quercetina, sendo necessário otimizar o processo de biotransformação para a obtenção de quantidades expressivas dos metabólitos; B. bassiana é capaz de produzir a enzima extracelular quercetina 2,3-dioxigenase, sendo necessários estudos mais detalhados para elucidar sua via de produção, regulação e mecanismo de ação.

ASSUNTO(S)

quercetin microbial biotransformation 1. fungos (centro-oeste) 2. beauveria bassiana 3. quercetina - flavonóide 4. quercetina 2,3-dioxigenase beauveria bassiana quercetina 2,3-dioxigenase ciencias da saude variabilidade genética quercetin 2,3-dioxygenase genetic variability beauveria bassiana quercetina biotransformação microbiana

Documentos Relacionados