MERCANTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM NA PROMOÇÃO DO TURISMO DE LUXO NA SELVA IRYAPÚ (MISIONES, ARGENTINA): AUTENTICIDADE, DESLOCAMENTOS E RESISTÊNCIA

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-05

RESUMO

RESUMO Vivendo na região da tríplice fronteira Argentina-Brasil-Paraguai, comunidades indígenas da cidade argentina de Puerto Iguazú têm sofrido modificações sociais e territoriais devidas a políticas que resultaram na construção da área turística Selva Iryapú, explorada por redes hoteleiras nacionais e internacionais. Este artigo discute os usos da linguagem na promoção do turismo nessa área, onde elementos da língua e da cultura guaranis são mobilizados para produzir autenticidade e gerar valor agregado simbólico (HELLER; DUCHÊNE, 2012, 2016). Para elaborar este estudo de caso de caráter exploratório, foi realizada pesquisa bibliográfica sobre os guaranis e o turismo na tríplice fronteira; posteriormente, foram efetuadas seleção e análise de textos utilizados na promoção do turismo na área. A análise aponta que tanto os hotéis de luxo quanto as comunidades indígenas mobilizam recursos da língua e da cultura guaranis para gerar valor agregado a produtos e serviços turísticos. No caso dos guaranis, tais usos expressam tanto adesão ao enquadre de lucro quanto estratégias de resistência, de uso desses discursos em prol da preservação de sua língua e cultura. Embora diversos estudos da área apontem a mercantilização da linguagem como possível potencializadora da agentividade dos sujeitos e de geração de renda a grupos minoritários, no presente caso argumentamos que os guaranis, inseridos em uma relação de exploração e alienação capitalista com o empreendimento Selva Iryapú, posicionam-se entre a necessidade e a resistência.

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