Meningite criptocóccica em gestante HIV negativa: relato de caso e revisão da literatura

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-10

RESUMO

INTRODUÇÃO: Com a epidemia da AIDS, a neurocriptococose foi melhor estudada e considerada infecção fúngica oportunista. No entanto, há casos descritos de gestantes acometidas, apesar de imunocompetentes. A gestação, por si só, pode ser considerada um período de imunossupressão, para adaptação materno-fetal, o que poderia predispor à instalação de certas infecções. OBJETIVOS: Relato de caso de gestante com neurocriptococose e revisão sistemática dos casos descritos na literatura desta patologia durante a gestação, em pacientes imunocompetentes. METODOLOGIA: Revisão sistemática com busca MEDLINE e SciELO. RESULTADOS: Foram analisadas 27 pacientes com diagnóstico de neurocriptococse na gestação. A média de idade foi 26,4 anos. Seis pacientes estavam no primeiro trimestre de gravidez ao diagnóstico, 10 no segundo, oito no terceiro e três eram puérperas. O sintoma mais prevalente foi cefaléia (85,2%), seguido por alteração visual (44,4%), confusão mental (44,4%), náusea (40,7%) e febre (33%). Houve nove óbitos maternos (33,3%). Vinte e uma pacientes foram tratadas com anfotericina B (77,8%). A maioria dos casos evoluiu com gestação a termo, com recém-nascidos saudáveis (66,6%). CONCLUSÕES: Neurocriptococose deve ser um diagnóstico a se considerar na gestação, nos casos de cefaléia, alteração visual, confusão mental, náusea e febre persistentes, sendo indicada terapia intensiva e uso de anfotericina B.

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