Memórias, “analogias e transposições poéticas”

AUTOR(ES)
FONTE

Alea

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/07/2019

RESUMO

Resumo Em Pequenos poemas em prosa: o spleen de Paris (1869), precisamente em “O quarto duplo”, Charles Baudelaire relacionou a memória ao tempo com uma nota de amargura: “O Tempo reapareceu; o Tempo agora reina soberano; e com o hediondo velho voltou todo o seu demoníaco cortejo de Lembranças, Desgostos, Espasmos, Medos, Angústias, Pesadelos, Raivas e Neuroses”. Alguns anos mais tarde, com uma abordagem especulativa inspirada por autores como Baudelaire e Gérard de Nerval, a obra de Marcel Proust atribuiu relevância e novas possiblidades de análise ao tema da memória como viagem no tempo. Na literatura brasileira, influenciado pela similaridade das perspectivas de Baudelaire e Proust sobre o tópico, Pedro Nava explorou a ideia da memória como mecanismo criativo e poético. Comparando excertos das obras de Baudelaire, Proust e Nava, este ensaio pretende examinar a noção de memória evocativa discutindo-a como elemento essencial do processo de composição literária.Abstract In Paris Spleen: Little Poems in Prose (1869), precisely in “The Double Bedroom”, Charles Baudelaire related memory to time with bitter irony: “[...] Time has reappeared; Time reigns absolute now; and with that hideous old character has come his devilish retinue of Memories, Regrets, Convulsions, Fears, Anguish, Nightmare, Rage, Neurosis”. Some years later, with a speculative approach inspired by authors such as Baudelaire and Gérard de Nerval, Marcel Proust attached new possibilities of analysis to the theme of memory as time travel. In brazilian literature, influenced by the similarity of Baudelaire and Proust’s perspectives, Pedro Nava explored the idea of memory as creative and poetic mechanism. Comparing excerpts of Baudelaire, Proust and Nava’s works, this essay aims to examine the notion of evocative memory discussing this notion as essential part of the process of literary composition.

Documentos Relacionados