Memoria e distanciamento na teoria da experiencia de Walter Benjamin

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

O objetivo desse trabalho é analisar, por meio das noções de memória e distanciamento, a teoria da experiência que Walter Benjamin desenvolveu no ensaio Sobre Alguns Temas em Baudelaire (1939). Nossa abordagem ocorrerá em dois momentos. No primeiro deles, vou me concentrar sobre a impossibilidade histórica, que Benjamin diagnostica a partir da poesia do spleen de Baudelaire, de realização da experiência na modernidade. Examinarei a vinculação entre o surgimento da modernidade nos textos de Baudelaire e uma forte preocupação com a questão do tempo. Para isso introduzirei o conceito de novo, essencial na estética de Baudelaire e responsável, segundo Benjamin, pela alteração na apreensão do tempo que se desdobrará no declínio da experiência. Tentarei mostrar como Benjamin caracteriza a reflexão sobre a impossibilidade da experiência como o cerne da poesia do spleen, ao mesmo tempo em que, pela caracterização do fenômeno da multidão, o vincula às circunstâncias de vida modernas, reunidas no conceito de vivência do choque. No segundo capítulo, procurarei circunscrever essa concepção plena de experiência que Benjamin opõe à vivência do qhoque. Vou me deter na interpretação do romance de Proust Em Busca do Tempo Perdido e naqueles poemas de Baudelaire que Benjamin identifica como marcados pela esforço de reconstruir uma experiência no sentido estrito do termo. Ao mesmo tempo, tentarei diferenciar suas concepções de memória, bem como as conseqüências dessa diferença para a teoria da experiência de Benjamin. Ao final desse percurso, esperamos ter recuperado elementos necessários para a localização de um problema que Benjamin inseriu no centro de seu trabalho sobre o século XIX parisiense: a possibilidade de reconstrução da experiência na modernidade

ASSUNTO(S)

difusão cultural memoria experiencia

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