MEME É GÊNERO? QUESTIONAMENTOS SOBRE O ESTATUTO GENÉRICO DO MEME

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

RESUMO Nos últimos anos, tem-se assumido academicamente o pressuposto de que os memes publicizados no Facebook e em outros sites de redes sociais (SRS) são gêneros textuais/ discursivos (cf. PASSOS, 2012; WIGGINS; BOWERS, 2014; SILVA, 2016; GUERRA, BOTTA, 2018), tese defendida à luz de diferentes critérios e de distintas teorias de gêneros. O objetivo deste trabalho é discutir o estatuto genérico dos memes em sites de redes sociais. Para atender ao objetivo, baseio-me em Bakhtin (2009; 2011) e em Miller (1984 [2009]) para a discussão do conceito de gênero; e em Dawkins (2010), Blackmore (2000), Knobel e Lankshear (2005; 2007) e Cavalcante e Oliveira (2019), que discutem sobre a natureza do meme. Metodologicamente, analiso sete enunciados reconhecidos socialmente como memes, que foram publicados no Facebook nos últimos cinco anos. Os critérios para tal foram a viralização e os traços de remixabilidade em sua constituição. Os resultados sugerem que, sob o rótulo de meme, na verdade, estão gêneros diversos, como anúncios publicitários e institucionais, tiras cômicas e tiras cômicas seriadas, críticas, lembretes e mensagens motivacionais, o que leva a questionar o estatuto genérico do que se reconhece sociocognitivamente como meme.

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