Melanoma múltiplo primário no serviço de dermatologia do hospital das clínicas da UFMG

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

Fundamentos: indivíduos com diagnóstico prévio de melanoma possuem mais chances de desenvolver melanomas primários subsequentes do que a população geral, com frequências de 1,2 a 8,6% na literatura. Considerando-se o aumento da incidência de melanoma no mundo e a melhora da sobrevida à doença, estima-se crescente número de indivíduos susceptíveis à ocorrência de melanomas múltiplos primários (MMP). A maioria dos estudos sobre MMP é realizada fora do Brasil, com populações caucasianas. O objetivo deste trabalho é estudar a frequência e as características do MMP no ambulatório de lesões pigmentadas do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Métodos: foram analisados 160 pacientes com diagnóstico de melanoma cutâneo em acompanhamento no referido serviço, entre 1990 e 2010. Calculou-se a frequência de desenvolvimento de MMP considerando-se, para cada paciente, como data final do seguimento a última consulta ou o óbito. Características relacionadas a eles e aos melanomas foram comparadas entre os grupos de MMP e de melanoma único. Um modelo de análise de sobrevivência foi elaborado, caracterizando-se como falha a ocorrência do segundo melanoma primário, a fim de identificar características possivelmente relacionadas aos MMP. Resultados: entre os 160 pacientes, 19 (11,9%) desenvolveram MMP. No grupo com MMP, o sexo feminino predominou (73,7%); seis (33,3%) portadores referiam história familiar da doença e 38,9% possuíam nevos atípicos. O primeiro e o segundo melanomas foram sincrônicos em cinco (26,3%) dos 19 casos. Em 15 (78,9%) dos 19 pacientes com MMP o segundo tumor foi detectado dentro dos primeiros três anos do diagnóstico inicial. Em 14 (73,7%) indivíduos o segundo melanoma primário situava-se na mesma região anatômica do primeiro. Identificaram-se 82 melanomas nos 19 indivíduos com MMP, com média de 4,3 melanomas por paciente. O tempo médio de seguimento foi de 4,7 anos. O intervalo de tempo médio entre o primeiro e o segundo melanomas foi de 28,3 meses. A idade média ao primeiro diagnóstico no grupo de MMP foi de 47,4 anos, quase 10 anos abaixo da média do grupo de melanoma único (56,0 anos). Dos MMP, 54,2% localizavam-se no tronco, 50,8% eram do tipo extensivo superficial e 76,7% eram in situ. A diferença entre a sobrevida dos pacientes com MMP e dos indivíduos com melanoma único não foi estatisticamente significante. Conclusão: nesta casuística, encontrou-se frequência de 11,9% de MMP. A maioria dos pacientes com MMP era do sexo feminino. Entre os com MMP, nevos atípicos e/ou história familiar de melanoma eram mais frequentes quando comparados com o grupo com melanoma único. Os MMP predominavam no tronco e o tipo histológico extensivo superficial foi o mais comum. A maioria dos MMP era in situ e a sobrevida desses pacientes foi semelhante à dos portadores de melanoma único. Os resultados destacam a importância do seguimento clínico rigoroso e por toda vida dos pacientes com diagnóstico de melanoma, devido ao risco de desenvolvimento de MMP além de recorrência da doença

ASSUNTO(S)

melanoma decs melanoma/epidemiologia decs neoplasias cutâneas decs sarda melanótica de hutchinson decs pigmentação decs hospitais universitários decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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