Melancholy of the progress: the allegory linkage of modernity in The convict of Oswald de Andrade / A melancolia do progresso: o elo alegórico sobre a modernidade em Os condenados de Oswald de Andrade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A dissertação desenvolve uma reflexão sobre o primeiro discurso modernista a partir da figura do poeta-autor. Repensa o papel da obra, considerada menor pela crítica, na passagem do pré-modernismo e na própria poética de Oswald de Andrade. Tem como chave teórica a leitura que Walter Benjamin faz de Baudelaire, o que torna possível a caracterização de duas figuras centrais no imaginário moderno: o poeta-símbolo e o poeta-alegoria. A partir daí, delineia-se a questão central desta pesquisa: em que medida, na Trilogia, o elo alegórico sobre as imagens da modernidade visa à projeção de um discurso de ruptura dos padrões simbólico-burgueses de representação. A hipótese de resposta a esse questionamento é a de que a narrativa constrói como estilo a ficção da leitura de Baudelaire para, por meio da alegoria, por em crise a representação. Ao negar o discurso normativo por meio de duplos, torna-se produto ficcional de leituras e, por isso, é texto citado, ficção de uma leitura de modernidade. Os conceitos benjaminianos de alegoria e símbolo, em conexão com a função do poeta na modernidade, foram determinantes para o desenvolvimento da reflexão crítica sobre a Trilogia. A metodologia de análise fará a aproximação entre o corpus e os fundamentos teóricos por meio da chave alegórica, que torna viável a correspondência entre leitura e ficção no processo construtivo da Trilogia. O romance rompe com a linearidade analítica da tradição ao incorporar uma poética narrativa aos saltos, de modo a materializar o olhar andarilho, afeito à flanerie, do poeta trapeiro. Como conclusão, evidencia-se a falsa épica da Trilogia, que faz do poeta o herói, aproximando-o do olhar da prostituta: olhar atento à presa poética para deduzir o singular em meio à uniformização da mercadoria. A Trilogia do Exílio afirma-se, então, como uma escritura que transita não por símbolos, mas entre símbolos, de modo a inscrever em seu corpo uma universalidade decomposta. A voz narrativa, por sua vez, projeta nas demais vozes condenadas os estilhaços de um Eu desfigurado, traduzido, no plano da enunciação, como uma experiência de desintegração da aura por meio da vivência do choque

ASSUNTO(S)

alegoria trilogy of the exile ruin oswald de andrade trilogia do exílio símbolo alegoria ruína andrade, oswald -- 1890-1954 -- os condenados -- critica e interpretacao literatura comparada symbol modernismo (literatura) -- brasil allegory

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