Medidas Eletrocardiográficas de Adultos Brasileiros sem Cardiopatia Estabelecida: ELSA-Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Bras. Cardiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/10/2017

RESUMO

Resumo Fundamento: O eletrocardiograma (ECG) é amplamente utilizado em estudos de base populacional. Porém, poucos desses estudos descrevem achados eletrocardiográficos na América Latina e particularmente no Brasil. O Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) incluiu 15105 participantes (35-74 anos) de seis capitais brasileiras. Objetivos: Descrever as medidas eletrocardiográficas em adultos brasileiros não cardiopatas, estratificados por sexo, raça/cor e idade. Métodos: Estudo transversal com dados da linha de base do ELSA-Brasil (n=11094, 44,5% homens) de participantes sem doença cardiopatia prevalente. Os ECGs foram obtidos no aparelho Burdick Atria 6100 e armazenados pelo Sistema Pyramis. A análise dos ECGs foi realizada automaticamente utilizando-se o software da Universidade de Glasgow. Realizou-se análise descritiva da frequência cardíaca, da duração das ondas P, QRS e T, dos intervalos (i) PR e QT, e dos eixos de P, R e T. A comparação dos grupos estratificados por sexo, raça/cor e idade, foi feita pelos testes de Wilcoxon e Kruskal-Wallis com nível de significância definido em 5%. O comportamento das medidas eletrocardiográficas ao longo da idade foi avaliado por modelos de regressão linear. Alterações eletrocardiográficas definidas como maiores pelo código de Minnesota foram revisadas manualmente. Resultados: As medianas das mensurações foram diferentes entre homens e mulheres: FC 63 vs 66 bpm, iPR 164 vs 158 ms, iQT corrigido 410 vs. 421 ms, QRS 92 vs 86 ms, onda P 112 vs 108 ms, eixo da onda P 54 vs 58, eixo da onda R 35 vs 39 e eixo da onda T 39 vs 45 (p < 0,001 para todas). Os percentis 02 e 98 foram obtidos para cada variável analisada, assim como gráficos demonstrando o comportamento dos parâmetros eletrocardiográficos ao longo da idade dos participantes estratificados por sexo e raça/cor. Conclusões: Os valores descritos para as medidas eletrocardiográficas analisadas poderão ser utilizados como referência para adultos brasileiros sem cardiopatia prevalente, estratificados por sexo. Os resultados sugerem que não existe grande influência da raça/cor autodeclarada nas mensurações eletrocardiográficas realizadas.

ASSUNTO(S)

eletrocardiografia/diagnóstico adulto medidas em epidemiologia programas gente saudável estudos de coortes

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