Medida da espessura retiniana e avaliação da história natural do edema macular diabético pela tomografia de coerência óptica

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos Brasileiros de Oftalmologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2009-08

RESUMO

OBJETIVOS: 1) Diagnosticar a presença de edema macular diabético em pacientes com retinopatia diabética e acuidade visual igual ou melhor que 20/40, pela realização do exame de tomografia de coerência óptica, medindo a espessura foveal central, ao longo de um ano. 2) Avaliar a história natural do edema, ao longo de um ano, associando a espessura foveal central com a hemoglobina glicosilada (HbA1c) e alterações na acuidade visual. 3) Correlacionar os resultados obtidos com o grupo controle. MÉTODOS: Estudo prospectivo de uma amostra de 30 pacientes, com edema macular diabético e acuidade visual melhor ou igual a 20/40. O estudo contou com 30 olhos como grupo controle. Foram feitas medidas da melhor acuidade visual corrigida, dosagem de hemoglobina glicosilada, biomicroscopia com lente de 78 dioptrias, angiofluoresceinografia e tomografia de coerência óptica. Determinou-se, pelo propósito do estudo, a espessura foveal central como principal variável. Além da estatística descritiva, utilizaram-se testes para análise dos resultados: foi testada a homogeneidade de cada variável pelos testes t-Student, Qui-Quadrado e teste de Tukey; para correlacionar variáveis utilizou-se a análise de variância (ANOVA). A relação entre a espessura foveal central no tomografia de coerência óptica com a acuidade visual e a hemoglobina glicosilada foi estudada através de regressão linear. RESULTADOS: Registrou-se não haver diferença significativa entre casos e controles nas variáveis idade (p=0,343) e sexo (p=0,793). Os valores da espessura foveal central para o sexo masculino foram maiores que no sexo feminino (p<0,05) mostrando que a variável sexo interfere nos valores da espessura foveal central. Dos pacientes diabéticos com edema macular clinicamente significativo, 83,33% apresentavam retinopatia diabética não-proliferativa moderada, 10% retinopatia diabética não-proliferativa leve e 6,66% retinopatia diabética não-proliferativa grave. Os pacientes em tratamento combinado de insulina com hipoglicemiante oral apresentaram influência nos resultados da espessura foveal central pela tomografia de coerência óptica e na acuidade visual. A duração média do diabetes foi de 9,63 anos. Registraram-se valores da espessura foveal central pela tomografia de coerência óptica sempre maiores nos pacientes que no grupo controle (p<0,001). As medidas da HbA1c não influenciaram os valores da espessura foveal central (p=0,130) e as medidas da acuidade visual se correlacionaram significativamente com espessura foveal central (p=0,02). CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo mostraram a aplicabilidade da tomografia de coerência óptica na detecção do edema macular diabético em pacientes com acuidade visual melhor ou igual a 20/40, ao longo de um ano, mostrando o espessamento retiniano nos estágios iniciais de retinopatia diabética. Evidenciou-se a correlação entre o aumento da espessura foveal central e a piora da acuidade visual. As medidas da HbA1c não influenciaram nas medidas da espessura foveal central. A detecção precoce do edema macular clinicamente significativo leva-nos a redimensionar o real significado da retinopatia incipiente, podendo prevenir perdas acentuadas da visão.

ASSUNTO(S)

retinopatia diabética edema macular tomografia de coerência óptica fotocoagulação fóvea central acuidade visual

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