Medicinas alternativas em Paris e no Rio de Janeiro: um estudo sobre as experiências transformadoras de saúde

AUTOR(ES)
FONTE

Saude soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2014-06

RESUMO

Este artigo tem por objetivo estudar as práticas de terapias complementares (também chamadas de medicinas alternativas) vistas como experiências que modificam a percepção do próprio corpo e a forma de senti-lo. Nesta pesquisa, conduzida na França (Paris) e no Brasil (Rio de Janeiro), o recurso às terapias complementares foi considerado como prática urbana e resposta potencial às necessidades emocionais, além das especificidades dessas terapias no que tange à cura. Os dois países foram escolhidos pela sua suposta complementaridade a respeito da percepção da espiritualidade e, portanto, dos conceitos da saúde holística. O estudo está caracterizado por uma postura indutiva e uma metodologia qualitativa: entrevistas introspectivas com pacientes e profissionais, bem como observações participantes em consultas e em uma conferência. Após revisão de alguns aspectos teóricos do assunto — conceitos relacionados à saúde, a terapias complementares e experiências transformadoras —, os resultados empíricos são apresentados. Primeiro, eles mostram que a experiência de consumo das terapias complementares tende a modificar a percepção interna do próprio corpo, ou melhor, como a pessoa sente o seu corpo. Segundo, além das especificidades culturais, similaridades se destacam no impacto do consumo de terapias complementares sobre a percepção do corpo e sobre os valores individuais. Nesse sentido, o consumo de terapias complementares em grandes cidades do mundo apresenta características de uma cultura de consumo global. Entretanto, terapias alternativas também têm a ver com uma busca subjetiva de sentido manifestada por uma variedade de práticas relacionadas à saúde, o que não necessariamente envolve o consumo.

ASSUNTO(S)

terapias complementares saúde holística comportamento do consumidor análise qualitativa

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