Medicalização da vida nas práticas vinculadas à estratégia saúde da família
AUTOR(ES)
Filardi, Agnes Fonseca Ribeiro; Passos, Izabel Christina Friche; Mendonça, Simone de Araújo Medina; Ramalho-de-Oliveira, Djenane
FONTE
Rev. latinoam. psicopatol. fundam.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-06
RESUMO
A inclusão dos cuidados em Saúde Mental na Atenção Primária tem ocorrido em diversos países, incluindo o Brasil, para suprir a existência de uma lacuna assistencial. A integração dos serviços é apontada como necessária, mas ao mesmo tempo um grande desafio. O objetivo deste estudo foi realizar a análise exploratória das práticas discursivas sobre o uso dos medicamentos psicotrópicos e das abordagens não farmacológicas para superação de eventos negativos da vida. As entrevistas realizadas com médicos que trabalham na saúde da família, sobre a prática clínica nos cuidados primários em saúde mental, compuseram o corpus da pesquisa. Os dados foram tratados a partir dos pressupostos da análise do discurso. As descrições analíticas foram construídas a partir dos enunciados identificados na formação discursiva da medicalização da vida. Os resultados da análise evidenciaram o pluralismo terapêutico dos psicotrópicos e seus efeitos, com o uso menos frequente das abordagens não farmacológicas; a prescrição exclui tramas sociais mais amplas, captura a potência da vida modulando os comportamentos individuais e coletivos, para que a convivência seja assegurada e legitimada, para garantir o pretenso bem comum.
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