Mediastinite: mortalidade comparando abordagem cirúrgica em tempo único e o pré-condicionamento da ferida operatória

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Cardiovasc. Surg.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2013-06

RESUMO

OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo comparar a taxa de mortalidade intra-hospitalar do debridamento cirúrgico seguido de fechamento da ferida operatória, com a do debridamento cirúrgico com fechamento após pré-condicionamento da ferida. MÉTODOS: Coorte histórica composta por 43 pacientes portadores de mediastinite pós-operatória tipo III e IV entre os anos de 2000 e 2008. O diagnóstico de mediastinite foi feito com base em exames físico e laboratoriais. Os pacientes foram divididos em dois grupos, os que seguiram o protocolo de pré-condicionamento da ferida operatória (Grupo 2) ou não (Grupo 1). RESULTADOS: Dos 43 pacientes, 15 seguiram o protocolo e foram alocados no Grupo 2. A revascularização do miocárdio foi a cirurgia mais afetada pela infecção, sendo responsável por 69,8% dos pacientes no Grupo 1 e 64,3% no Grupo 2. O Staphylococcus aureus foi o germe mais prevalente, sendo responsável por 58,1% do total dos casos, sendo 50% e 73,3%, respectivamente, nos Grupos 1 e 2. A mortalidade intra-hospitalar foi de 42,9% no Grupo 1 e de 20% no Grupo 2 (P=1,86), com risco relativo de 2,14 e IC [0,714-6,043]. Entre os 28 (65,1%) pacientes do estudo que seguiram a abordagem cirúrgica em um único tempo, 12 (27,9%) foram submetidos a fechamento primário com irrigação, sete (16,3%), a fechamento primário isolado, seis (14%), rotação de retalho de epíplon, e três (7%), interposição de retalho de músculo peitoral. CONCLUSÃO: Na ausência de uma diretriz bem estabelecida, a escolha do tipo de intervenção cirúrgica é feita utilizando-se referências com baixo nível de evidência. O pré-condicionamento da ferida operatória parece levar a redução da mortalidade nesses pacientes, sendo uma boa alternativa cirúrgica.

ASSUNTO(S)

mediastinite mortalidade infecção infecção da ferida operatória

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