Mediações afetivas num grupo empresarial: um estudo de caso

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Nesta tese, por meio de um estudo de caso, busquei compreender a qualidade das mediações afetivas na relação intergrupal no interior de uma empresa, cujo objetivo principal é a atuação financeira visando a busca de lucros para investidores, através da preservação do meio ambiente e educação das comunidades envolvidas em seus negócios. Os referenciais teóricos básicos utilizados foram a psicologia sócio-histórica pautada nos pressupostos de Vygotsky e Lane e os conceitos de grupos sociais, segundo Martin Baró. Acompanhei o processo grupal na empresa durante um ano, novembro de 2000 a dezembro de 2001, como consultora e pesquisadora estando presente em reuniões e conversando particularmente com os integrantes do grupo em momentos distintos no decorrer do ano de 2001. A pesquisa, os diálogos e as minhas observações levaram-me à conclusão e à denuncia de que a força dos princípios organizacionais oprime a manifestação afetiva genuína, alterando a qualidade das relações interpessoais e desenhando uma "lógica afetiva organizacional" reforçando assim a idéia de que cada momento histórico e cada organização tem categorias orientadoras de valor que se tornam princípios organizadores do pensamento, sentimentos e das necessidades e ações dos homens. A subjetividade então é mobilizada para que o social das organizações seja introjetado como operacionalidade cognitiva, como proibição de certos conteúdos e como moralidade. Necessidades e sentimentos portanto, nessa perspectiva, não são pulsões naturais e nem funções unicamente orgânicas e biológicas universais, são representações sociais que além da singularidade, expressam determinações sociais, morais, éticas e ideológicas complexas". (Sawaia, 94) Por outro lado, concluí também que há questões inerentes aos indivíduos que facilitam ou dificultam os processos interpessoais e grupais, questões essas relacionadas a crenças, valores, histórias de vida, aspectos culturais e disponibilidade para ser mais ou menos transparentes em relação a seus afetos

ASSUNTO(S)

emocoes psicologia social processos grupais relacoes humanas subjetividade nas organizacoes

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