MediaÃÃo pedagÃgica, inserÃÃo escolar de alunos com deficiÃncia mental e arte: um olhar sobre o projeto espaÃo criativo

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

A inserÃÃo de crianÃas com necessidades educacionais especiais no ensino regular à garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da EducaÃÃo Nacional â LDB 9.394/96. A presenÃa dessas crianÃas na escola regular exige mudanÃas em todo o contexto escolar, a fim de contribuir para o seu desenvolvimento. No Estado de GoiÃs, a Secretaria de EducaÃÃo criou o Projeto EspaÃo Criativo com vistas a promover nos municÃpios goianos a inclusÃo escolar por meio da arte. A proposta do presente estudo foi investigar a mediaÃÃo pedagÃgica de docentes em uma escola pÃlo do Projeto EspaÃo Criativo, uma escola pÃblica da cidade de Itumbiara que se propÃe a incluir seus alunos com deficiÃncia mental usando a arte, com o objetivo de conhecer e analisar a mediaÃÃo na prÃtica pedagÃgica das professoras regente, de apoio e de recursos, que atuam na 4 sÃrie do Ensino Fundamental. Para isso, foram realizadas observaÃÃes e videogravaÃÃes do contexto focalizado, e entrevistas semi-estuturadas, gravadas em Ãudio, com as trÃs professoras e trÃs alunos com deficiÃncia mental. O material foi analisado microgeneticamente para a organizaÃÃo das categorias. Com relaÃÃo à mediaÃÃo, percebeu-se que ela à diferenciada para os deficientes mentais; a professora regente nÃo os considera como seus alunos e a professora de apoio trabalha em um canto da sala, passando palavras e nÃmeros para eles copiarem e tarefas de recorte e colagem. A mediaÃÃo da professora de recursos ocorre por meio dos materiais que prepara, e consta de atividades mimeografadas e desenhos ampliados para pintura. Observou-se que as atividades oferecidas pelas professoras sÃo padronizadas e monÃtonas, nÃo favorecendo a autonomia e nem o raciocÃnio abstrato. As professoras usam as atividades artÃsticas para ocupar o tempo dos alunos deficientes mentais quando eles nÃo conseguem acompanhar o restante da sala. O Projeto EspaÃo Criativo nÃo acontece na prÃtica e as professoras desconhecem a importÃncia da arte para o desenvolvimento afetivo e cognitivo. Estas falhas podem ter como responsÃveis os idealizadores do projeto, que nÃo ofereceram os recursos necessÃrios para a sua implementaÃÃo e realizaÃÃo, como indicam as professoras ao enfatizar que nÃo fizeram cursos especÃficos para trabalhar com arte e ao se queixar da falta de materiais. O estudo realizado constatou que a inclusÃo nÃo ocorre efetivamente, havendo inclusive momentos de segregaÃÃo mencionados pelos alunos com deficiÃncia mental e observados no trabalho de campo. Tornase relevante discutir a necessidade da formaÃÃo de professores voltada para a atuaÃÃo junto aos alunos com necessidades educacionais especiais inseridos no ensino regular, pois o paradigma da inclusÃo à uma mudanÃa que envolve todo o contexto escolar. As prÃticas que visam à inclusÃo precisam ser constantemente questionadas para que ao longo do tempo possam ser construÃdas propostas viÃveis, uma vez que a arte, se adequadamente utilizada, constitui uma alternativa promotora de desenvolvimento e aprendizagem.

ASSUNTO(S)

ensino e aprendizagem em arte pedagogical mediation teacher training mediaÃÃo pedagÃgica formaÃÃo de professores school inclusion educaÃÃo especial - goiÃs (estado) psicologia inserÃÃo escolar education and learning in art inclusÃo em educaÃÃo - goiÃs (estado)

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