Mecânica pulmonar e tomografia computadorizada de tórax de alta resolução em recém-nascidos prematuros de muito baixo peso

AUTOR(ES)
FONTE

Sao Paulo Medical Journal

DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

CONTEXTO: O desenvolvimento pulmonar do bebê prematuro pode ser afetado por lesão ao pulmão nas primeiras semanas de vida, podendo ocasionar alterações na mecânica pulmonar. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a mecânica pulmonar e as alterações estruturais pulmonares em prematuros de muito baixo peso (peso de nascimento inferior a 1.500 g). TIPO DE ESTUDO: Estudo de corte transversal avaliando a mecânica pulmonar (medidas a complacência e a resistência) e estrutura pulmonar (através da tomografia de tórax de alta resolução) próximo à alta hospitalar de 86 prematuros de muito baixo peso, nascidos no Instituto Fernandes Figueira, uma instituição pública, terciária, no Rio de Janeiro, Brasil. A complacência e resistência pulmonares foram medidas durante o sono tranqüilo. A tomografia de tórax foi realizada com o equipamento Pro Speed-S. MAIN MEASUREMENTS: Na análise estatística, utilizamos análise de variância para múltiplas comparações (ANOVA, Kruskal Wallis). O nível de significância estatística empregado foi 0,05. RESULTADOS: Em 34 bebês (43%), foram encontrados resultados alterados tanto para a complacência quanto para a resistência pulmonares e, em 20 crianças (23,3%), ambos os resultados foram normais. As médias da complacência e resistência pulmonares da população estudada foram respectivamente 1,30 ml/cm H2O/Kg e 63,7 cm H2O/l/s. Em 62 bebês (72%), os exames tomográficos apresentavam alterações pulmonares. A maioria das crianças mostrou mais de uma alteração, descritas como opacidade em vidro fosco, banda parenquimatosa, atelectasia, bolha/cisto. As médias dos valores de complacência para as crianças com tomografia de tórax normal, 1 ou 2 alterações e 3 ou mais alterações, foram significativamente diferentes: 1,49, 1,31, 1,16 (p = 0,015). Não encontramos relação entre resistência pulmonar e o número de alterações tomográficas. CONCLUSÃO: Os resultados mostram alta prevalência de anormalidades funcionais e tomográficas em bebês prematuros, assintomáticos, próximo à alta hospitalar. Mostram também uma relação entre anormalidades pulmonares morfológicas e funcionais.

ASSUNTO(S)

prematuro prova de função pulmonar complacência pulmonar resistência pulmonar tomografia computadorizada de tórax de alta resolução

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