Mecânica pulmonar e tomografia computadorizada de tórax de alta resolução em recém-nascidos prematuros de muito baixo peso
AUTOR(ES)
Mello, Rosane Reis de, Dutra, Maria Virgínia Peixoto, Ramos, José Roberto, Daltro, Pedro, Boechat, Márcia, Lopes, José Maria de Andrade
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2003
RESUMO
CONTEXTO: O desenvolvimento pulmonar do bebê prematuro pode ser afetado por lesão ao pulmão nas primeiras semanas de vida, podendo ocasionar alterações na mecânica pulmonar. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a mecânica pulmonar e as alterações estruturais pulmonares em prematuros de muito baixo peso (peso de nascimento inferior a 1.500 g). TIPO DE ESTUDO: Estudo de corte transversal avaliando a mecânica pulmonar (medidas a complacência e a resistência) e estrutura pulmonar (através da tomografia de tórax de alta resolução) próximo à alta hospitalar de 86 prematuros de muito baixo peso, nascidos no Instituto Fernandes Figueira, uma instituição pública, terciária, no Rio de Janeiro, Brasil. A complacência e resistência pulmonares foram medidas durante o sono tranqüilo. A tomografia de tórax foi realizada com o equipamento Pro Speed-S. MAIN MEASUREMENTS: Na análise estatística, utilizamos análise de variância para múltiplas comparações (ANOVA, Kruskal Wallis). O nível de significância estatística empregado foi 0,05. RESULTADOS: Em 34 bebês (43%), foram encontrados resultados alterados tanto para a complacência quanto para a resistência pulmonares e, em 20 crianças (23,3%), ambos os resultados foram normais. As médias da complacência e resistência pulmonares da população estudada foram respectivamente 1,30 ml/cm H2O/Kg e 63,7 cm H2O/l/s. Em 62 bebês (72%), os exames tomográficos apresentavam alterações pulmonares. A maioria das crianças mostrou mais de uma alteração, descritas como opacidade em vidro fosco, banda parenquimatosa, atelectasia, bolha/cisto. As médias dos valores de complacência para as crianças com tomografia de tórax normal, 1 ou 2 alterações e 3 ou mais alterações, foram significativamente diferentes: 1,49, 1,31, 1,16 (p = 0,015). Não encontramos relação entre resistência pulmonar e o número de alterações tomográficas. CONCLUSÃO: Os resultados mostram alta prevalência de anormalidades funcionais e tomográficas em bebês prematuros, assintomáticos, próximo à alta hospitalar. Mostram também uma relação entre anormalidades pulmonares morfológicas e funcionais.
ASSUNTO(S)
prematuro prova de função pulmonar complacência pulmonar resistência pulmonar tomografia computadorizada de tórax de alta resolução
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